Taxistas pressionam vereadores em sessão da Câmara

A sessão da Câmara de Vereadores de Porto Seguro em 19/09/17 teve em sua pauta um número reduzido de projetos de lei para votação, mas o pequeno expediente foi agitado devido a reivindicações dos taxistas, que se dizem prejudicados com a oferta do serviços de lotações, transporte de passageiros conhecido como “alternativo”.

Segundo Ivanildo Ribeiro da Sila, presidente da Associação de Taxistas de Porto Seguro, “a cidade não comporta mais um meio de transporte para concorrer com o taxi. No município temos 631 taxis, trabalhamos em sistema de rodízio, a metade trabalha em um dia, a outra metade trabalha em outro dia, para ter condições de sobreviver. Com esta legalização de taxi-lotação, 250 alvarás, isso vai acabar sacrificando ainda mais o taxista, que já vem sofrendo porque não está conseguindo pagar o financiamento dos veículos. Já foi notificado até pelo Desenbahia, pela quantidade de inadimplência, devido a essa concorrência desleal”.

Embora tenha ficado claro que o Legislativo não pode lançar mão de um projeto de lei para regularização do transporte alternativo (o que cabe ao Executivo), o assunto divide opiniões entre os edis e sempre causa polêmica entre a população. Por uns é considerado transporte clandestino. Por outros, é a solução para chegar ao trabalho de forma mais rápida e barata.

A vereadora Ariana Fehlberg (PR), apoia a regularização e sempre deixou isso claro. “Jamais fui contra os taxistas. Estou defendendo os usuários do transporte alternativo porque Porto Seguro está precisando. Do jeito que está não pode ficar.” O Cacique Renivaldo afirmou que abraçou a causa “para que todo mundo possa trabalhar.” Do lado contrário está o vereador Robson Vinhas, que também é taxista e disse categoricamente: “Hoje eu estou vereador, mas sou da família do taxi há 33 anos e sei o sofrimento desta classe”. O vereador comparou a cidade a Vitória da Conquista, afirmando que lá existem apenas 80 taxis servindo à cidade. Durante a sessão, os taxistas levantaram cartazes com frases de protesto.

Também estiveram no plenário representantes de motoristas de lotação, professores municipais e atletas de Rugby. Estes dois últimos grupos estão com projetos de reconhecimentos de ações de sua classe em tramitação na Câmara.