Comerciantes resistem ao decreto que prolonga suspensão de atividades

Depois do decreto estadual que mantém fechados comércio e serviços na Bahia até 03/03/21, comerciantes de Porto Seguro abriram as portas dos estabelecimentos no dia 1º/03/21. Mas, com a chegada da Polícia Militar nesses locais, os comerciantes tiveram que fechar suas lojas, sob pena de serem encaminhados à delegacia. Alguns continuam funcionando a meias-portas.

Na avenida Getúlio Vargas e na 22 de Abril, por onde passaram algumas viaturas da PM, haviam um número maior de lojas abertas. “Estamos como boleto pagos na gaveta”, disse um senhor abordado na frente de seu estabelecimento comercial. “Vamos morrer de fome?” disse uma senhora, também orientada a fechar as portas. Os comerciantes estão apreensivos com as medidas restritivas impostas pelos decretos do governo do estado, num momento em que, segundo eles, a economia começava a voltar aos trilhos, e depois de mais de um ano de pandemia do covid-19.


Os representantes dos comerciantes querem solução diante das afirmativas de que a cidade já tem vários protocolos profiláticos, seguindo orientação da SMS; a SMS não teria sido consultada sobre os dados, para a tomada de decisão sobre o fechamento do comércio e serviços; a não adesão ao decreto por parte de outros municípios onde os dados não condizem com os relatos do governo estadual; a população, o comercio, a rede hoteleira e os transportes não terão recursos para honrar IPTU, alvará e todas as licenças e impostos para contribuição da renda do município, com consequente quebra financeira de toda a cidade; há necessidade eficácia da fiscalização da prefeitura para manter o distanciamento e a organização, e para não haver aglomeração; e solicitação da abertura do comércio e turismo no modo geral, seguindo as regras do selo da prefeitura. De acordo com Kevin Firrim, presidente da Uni Líderes, associação formada por empreendedores da região, uma reunião entre representantes do comércio e serviços e o vice-prefeito e secretário de Turismo Paulinho Tôa Tôa, está marcada para a tarde desta segunda-feira, 1º/03. Em pauta, estão reivindicações que levam em consideração que “comércio fechado não é a solução”, diante dos números da Secretaria da Saúde com dados decrescentes e dos 97,7% de pacientes recuperados da covid-19.

Santa Cruz Cabrália

Já em Santa Cruz Cabrália, comerciantes indígenas em Coroa Vermelha se manifestaram contra a presença da Polícia Militar e não aceitaram a abordagem. Aos gritos de “nos respeitem, estamos trabalhando”, as famílias indígenas fecharam a entrada dos estabelecimentos, na praça principal naquela localidade.

No estado, cidades como Teixeira de Freitas, Eunápolis, Vitória da Conquista e Itamaraju seguiram decretos próprios, abrindo estabelecimentos. Em Itabuna, diversos segmentos se manifestaram contra as medidas restritivas com protestos em frente à prefeitura.