Professores da UESC criam impressora 3D de baixo custo


Os professores Victor Hugo Martins de Almeida, Erickson Fabiano Moura Sousa Silva, Renato Reis Monteiro e o aluno Tiago Santa Fé, criaram uma impressora 3D de baixo custo, e para o uso comum das atividades acadêmicas da universidade. Eles são do Colegiado de Engenharia Mecânica da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), em Ilhéus. A máquina, testada no Laboratório de Projetos Mecânicos e Tribologia, é capaz de criar estruturas sobre uma superfície espelhada.
O aparato foi montado a partir do conceito Faça Você Mesmo (Do it Yourself). O colaborador externo Jonata Dahlke, especialista em impressoras 3D imprimiu e enviou algumas peças que fazem parte da impressora. Toda estrutura e softwares utilizados são de código aberto (Open source). No mercado, o artefato custa entre R$ 10 a R$15 mil, mas a que acaba de ser criada tem um custo final em torno de R$ 1,5 mil. “A ideia é que a gente possa fazer outras impressoras iguais a essa usando só ela como ferramenta,” informa o professor Erickson Moura.
De fato, o trabalho abre possibilidades para novas pesquisas e a futura impressão de peças e equipamentos. O aluno Tiago Santa Fé já estuda a possibilidade de construir uma prótese de mão. Os professores Victor Hugo e Erickson Moura sonham com a possibilidade de atuar na biomecânica, em principio no curso de Veterinária, com próteses para animais mutilados. Mas, a partir do final deste ano já podem montar impressoras iguais para os demais cursos da universidade, gerando economia financeira e disseminando conhecimento entre os demais discentes.

Com software livre, portanto, podendo ser configurado de acordo com a necessidade operacional, o equipamento utiliza filamentos de plástico ABS como matéria-prima para confeccionar objetos em três dimensões. O processo de criação parte de um projeto em 3D desenhado em softwares específicos; o desenho é enviado para um programa “fatiador”, que transforma o arquivo em uma série de comandos para fazer camadas e transfere as instruções para a impressora.

O dispositivo possui um sistema de roldanas que traciona o fio de plástico e o injeta em uma espécie de bico, onde é aquecido à temperatura de 225°C e se transforma em uma fibra ainda mais fina. Com o material derretido, a impressora desenha as camadas da peça feita no computador, uma por cima da outra, sobre uma superfície aquecida que facilita a adesão do plástico.
O professor Renato Monteiro, coordenador do colegiado de Engenharia Mecânica, lembra que a impressora 3D é uma ferramenta muito útil para quem trabalha com Mecatrônica ou Mecânica. “Você consegue construir peças de forma rápida e num espaço de tempo muito pequeno. É muito mais fácil você desenhar uma peça num programa e colocá-la para ser impressa numa impressora 3D do que usinar esse material”, detalha. Para o docente, não há restrição quanto ao uso da máquina. “As impressoras vão ser utilizadas para fazer pesquisas, produzir artefatos para aulas como peças mecânicas ou modelos de célula, ou seja, o que for preciso. Podem fazer estruturas para que pessoas com deficiência visual entendam determinados conceitos, jogos de formas geométricas, enfim, as possibilidades são infinitas”, admite.


Fonte: Ascom