Encontro discute proteção de peixes ameaçados de extinção

Os desafios relacionados às espécies de peixes, a um só tempo recursos pesqueiros e alimentares, objetos de estudo e integrantes de ecossistemas a serem preservados, estarão em foco na vigésima-segunda edição do Encontro Brasileiro de Ictiologia (EBI 2017), que ocorrerá no Campus Sosígenes Costa, da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), de 29/01 a 03/02/17. Com o tema Conservação, demandas sociais e desenvolvimento econômico: conflitos ou oportunidades para a Ictiologia?, o evento se propõe a debater e fazer circular novos conhecimentos sobre espécies de peixes e suas contribuições na existência de ecossistemas aquáticos de alta relevância ambiental, socioeconômica e cultural para comunidades de diversos países.

Com 120 palestrantes, 18 deles estrangeiros, a expectativa é de mais de 900 pessoas reunidas ao longo do evento. Conforme a Comissão Organizadora, 785 trabalhos estão inscritos, entre pôsteres e apresentações orais. As sessões de apresentação de trabalhos estão inclusas na agenda do EBI 2017 ao lado de 14 minicursos, 11 palestras, 13 mesas-redondas, sete workshops, três simpósios e uma conferência internacional. 

De acordo com a diretora-geral da organização Oceana, Mônica Peres, que participa da Mesa Magna de Abertura do Encontro, “as proibições, embora importantes, não são suficientes”. Segundo a bióloga, a aplicação da portaria é apenas o começo de um processo que deve dar efetiva proteção às espécies.  “Para aquelas que estão na lista por causa da falta de gestão da pesca, a única solução é que o governo se comprometa com a elaboração e a implementação de planos de recuperação para espécies sobrepescadas e com planos de gestão das pescarias em que elas são capturadas. Para serem efetivos, os planos de recuperação e de gestão devem prever monitoramento, análise de dados, elaboração e implementação de regras de manejo e fiscalização”.

Equilíbrio entre demandas

O problema do equilíbrio entre o aproveitamento dos recursos pesqueiros para a economia e a necessidade de conferir proteção aos ecossistemas, por exemplo, é um dos vários pontos a debater. A conferência magna, prevista para a sessão de abertura, será proferida pelo professor Paulo de Tarso da Cunha Chaves (UFPR) e vai tratar do tema da edição: Conservação, demandas sociais e desenvolvimento econômico: conflitos ou oportunidades para a Ictiologia?

Na programação científica, dentre os temas definidos para minicursos e palestras estão os desafios na reprodução de peixes, técnicas de fotografia aplicada à conservação, identificação de espécies venenosas e medidas de primeiros socorros e prevenção de acidentes, técnicas para conservação e gestão participativa de recursos pesqueiros. O acompanhamento da lista de espécies ameaçadas, novas técnicas e perspectivas teóricas, bem como as experiências de outras regiões do Brasil e do mundo, também integram a lista de assuntos.

O evento é bienal, e na edição anterior, finalizada em maio de 2015, ficou definida a cidade de Porto Seguro como sede do EBI 2017, a partir de proposta feita por ictiólogos baianos e acatada pela UFSB. Esta edição é uma realização da Sociedade Brasileira de Ictiologia e da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), com patrocínio de Capes, Furnas, Oceana e CNPq, e apoio de instituições de ensino superior como o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano (IFBaiano), Universidade Estadual da Bahia (UNEB), Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB).


 

Fontes: Ascom da UFSB e da Oceana