Secretário diz que invasões afetam negativamente a economia da cidade


O Jornal do Sol publicou matéria sobre invasões nas imediações de alguns bairros em Porto Seguro: Village, Mundaí e Outeiro da Glória, na Orla Norte; e Vila Valdete, por onde passa o rio dos Mangues, região periférica da cidade. Moradores estão insatisfeitos com as ocupações, porque ameaçam o ordenamento urbano e as áreas de preservação permanente (APP), de extrema importância para toda a cidade.
Segundo o secretário de Meio Ambiente Bené Gouveia, as áreas invadidas, próximas ao empreendimento Xurupita, são privadas. Sobre as áreas públicas invadidas, o secretário fala que, no Alto do Mundaí há uma área sobre a qual há um questionamento jurídico de propriedade. “Por ser área do estado, o governo cedeu para assentamentos como Brasil para o futuro e Roça do Povo. Sendo área do estado, ele é quem terá que fazer essa interferência”, argumentou.
O secretário explicou que as outras invasões também estão sendo feitas em áreas privadas. Citou as instalações da Embasa: “Uma coisa perigosíssima, que está dentro do manancial do Rio dos Mangues, que abastece a orla norte de Porto Seguro. Não deveria ter ocupação ali. Já fomos lá, notificamos, fizemos fotos, certificamos de que está havendo o crime e a invasão. Enviamos tudo ao Ministério Público.”
Bené Gouveia afirmou ainda que, quando se trata de área particular, o dono é quem deve demandar o município e a Justiça. “O papel ambiental nós já fizemos. Encaminhamos ao MP e este deve levar o problema ao juiz, que dá a reintegração de posse, promovendo a retirada dessas pessoas e dessas ocupações”, esclareceu.

Invasões x economia

Para o secretário, as invasões podem afetar negativamente a economia local. “Nós já pagamos um preço muito alto por essas ocupações. Mas podemos pagar um preço mais alto ainda, inviabilizando, talvez o próprio turismo de Porto Seguro. Nós vivemos disso”. Para ele, a ponta Grande é um exemplo. “Quem mora aqui permanece de alguma forma, estando bom ou ruim. Mas o turismo é uma economia. Se o rio dos Mangues não tiver água, a gente vai ter que buscar uma outra alternativa que é muito cara, mas se tiver o mar poluído pela poluição do rio, é pior ainda. Porque mata todo mundo.”
Bené afirma que o fato de ter nascido em Porto Seguro permitiu a ele acompanhar o processo de degradação que atingiu a cidade. “O Bahianão é um exemplo de ocupação desordenada. O seu crescimento inviabilizou a primeira captação de água do município, do Rio da Vila. No momento que você deixa de abastecer a nascente, o rio passa a não existir. Mas, de novo, não foi em área pública. Foi em área privada e com a conivência do poder público. Boa parte dessas invasões nós podemos falar que houve essa conivência. A favela do mangue, que nós conseguimos tirar no ano 2000, também surgiu com a conivência do poder público. Ali sim é uma área pública e uma APP.”