Fórum de Mobilidade Urbana reúne 500 pessoas no Centro de Cultura

A Mobilidade Urbana em Porto Seguro foi debatida no 1º Fórum da Uni-líderes empresariais no Centro Cultural de Porto Seguro, dia 4 de abril, diante de um público de 500 pessoas, em sua maioria estudantes, empresários de Turismo e representantes da comunidade. Reduzir a velocidade e a quantidade dos veículos, principalmente os pesados, implementar a arborização das vias e praças e pensar na cidade como um bem comum, onde a convivência compartilhada requer regras a ser respeitadas, estes foram alguns dos assuntos abordados no evento. Com uma intensa programação de atividades destinadas ao setor empresarial a UNI-Líderes ocupa cada vez mais espaço no Turismo de Porto Seguro.

O encontro começou com a introdução do diretor-presidente da UNI-Líderes empresariais, Luigi Rotunno que agradeceu o realizador arquiteto e urbanista Edison Antunes. Depois de uma breve explanação sobre os cursos da Faculdade Nossa Senhora de Lourdes e uma troca de experiências entre os profissionais de arquitetura e um grupo de estudantes sobre as características e potencialidades da profissão.

Suavizar o trânsito

A primeira palestra foi sobre Traffic Calming, ou seja tudo que pode ser implementado visando suavizar e adequar o trânsito ao pedestre. Nela, foram citados, entre outros os exemplos de Londres com reduções de velocidade dos veículos de 30 km/h e até 5 km/h próximo às faixas de pedestres, medidas que reduziram drasticamente a quantidade de mortes por atropelamento, como explicou o engenheiro de tráfego José Tadeu Braz. Ele falou ainda de colheita de água e de chuva plantada, para minimizar um pouco as enchentes.

Seguiu um painel moderado pelo diretor-presidente da Uni-Líderes Luigi Rotunno, sobre Arraial d’Ajuda “Carros e Pedestres uma difícil convivência”, com a arquiteta Ana Azambuja, a corretora de imóveis Nilza Cordova e a presidente da Fábrica do Ser Luciene Oliveira, Ong que cuida de pessoas portadoras de deficiência. Todas evidenciaram a necessidade de mobilidade urbana para o desenvolvimento de suas áreas de abrangência. “Um bom planejamento de mobilidade valoriza o setor imobiliário”, destacou Luigi Rotunno. Luciene Oliveira evidenciou a precariedade das calçadas de Porto Seguro que tornam-se obstáculos para os portadores de deficiência, escassez de ônibus com rampa e outras dificuldades enfrentadas apesar das leis de inclusão.

É preciso plantar árvores

Em seguida o professor arquiteto e urbanista Walfredo Antunes Oliveira ilustrou algumas características urbanísticas da cidade de Palmas, a mais nova capital do País, onde colaborou ao seu planejamento “uma cidade feita a partir de nada, onde foi mantida a separação das construções para permitir a ventilação. Falando de Porto Seguro criticou a falta de prioridade do Plano Diretor e lamentou a escassez de árvores, “é espantoso que Porto Seguro não tenha árvores, não adianta esperar que alguém o faça, ocorre orientar e aí que o paisagismo pode orientar”. Sugeriu ainda de estacionar os ônibus de turismo e continuar o trajeto com veículos menores.

O último painel, coordenado por Fábio Grobério, com a participação do comerciante de material de construção Altair Robério, o hoteleiro Wilbert Das e o profissional de Turismo Gabriel Bittencourt tratou de Trancoso e especialmente “O trânsito pode prejudicar Trancoso”. Trancoso que cresceu de 1,67 km² no ano 2000, para 15,25 km² em 2019 com 22000-23000 habitantes. Todos evidenciaram a necessidade de reduzir o trânsito no centro do povoado, “corremos o risco de perder nossa identidade, vivemos do turismo, Trancoso sempre foi vendido como uma vila, sem o ordenamento do trânsito que vila é essa, o tráfego pesado não pode entrar”, ressaltou Gabriel. Precisamos proibir o acesso de caminhões e ônibus enormes, reforçou Altair. Temos que promover o trânsito de pedestres e bicicletas, finalizou Wilbert.


Antonio Alberghini / Mídia Mutá