Fórum debate conflitos entre agrotóxicos e agroecologia


A necessidade de produzir alimentos livres de veneno, com a valorização da vida, da diversidade, do respeito à cultura e ao território dos povos tradicionais foi pauta da mesa redonda "Agrotóxicos e agroecologia: uma história de conflitos", na Tenda de Convergências Agroecológicas, no 13° Fórum Social Mundial, no dia 16/03/18, em Salvador. O evento foi realizado na Universidade Federal da Bahia foi coordenado e abordou a importância de fomentar e garantir políticas públicas para transição agroecológica.
"É importante perceber a relação entre o uso indiscriminado de agrotóxicos e o crescimento dos conflitos fundiários, provocados pela ação do grande latifúndio e da chamada ‘Revolução Verde’ em nosso país que aumentou a concentração de terras e a desigualdade rural, criou a dependência de sementes modificadas e exterminou a cultura tradicional dos pequenos produtores", disse Marcelino Galo, autor do projeto de Lei que institui a Política Estadual de Agroecologia e Produção Orgânica.
A promotora de Justiça e coordenadora do Fórum Baiano de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos, Luciana Khoury, afirmou que todos os estudos mostram que temos reduzido os territórios das comunidades tradicionais, indígenas, quilombolas, de fundo e fecho de pasto.
Médica Sanitarista e pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz, Lia Giraldo alertou para o que chama de "invibilização" dos impactos causados pelos agrotóxicos na saúde do homem. "Nós não temos dúvidas de que o agrotóxicos afetam a saúde humana e o meio ambiente, afetando a própria agricultura. Nós temos populações expostas aos agrotóxicos, não só a rural, que sofre intoxicações agudas e crônicas. Há uma completa invizibilização dos efeitos dos agrotóxicos na saúde humana em função das intoxicações crônicas. Na questão ambiental está sendo bastante evidenciado o desaparecimento das abelhas, o que representa um problema até catastrófico para agricultura", observou a pesquisadora.
Também participaram do debate os reitores das Universidades Federal da Bahia, João Carlos Salles, e Estadual de Feira de Santana (UEFS), Evandro Nascimento, a coordenadora do Fórum Baiano da Agricultura Familiar, Elisângela Araújo, o pesquisador sobre a agroecologia, agrotóxicos e saúde ambiental, Vicente Almeida, o professor da Universidade Estadual de Goiás, Murilo de Souza, o coordenador Nacional do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Marcelo Leal, entre outros.


Fonte: Ascom