370 mil agentes e militares voltam às ruas contra o aedes

A ação que colocou 220 mil militares nas ruas, durante "Dia Nacional de Mobilização Zika Zero", não se encerrou no dia 13/02/16, quando os oficiais visitaram cerca de três milhões de casas em 350 municípios. Com o objetivo de continuar eliminando criadouros do mosquito Aedes aegypti, 55 mil oficiais das Forças Armadas e 315 mil profissionais de diferentes áreas voltam às ruas a partir do dia 15/02.

Isso porque, até o dia 18/02, será posta em prática nova etapa dessa estratégia de enfrentamento, envolvendo também agentes de saúde. Vestidos de colete e portando bolsas a tiracolo, os agentes vão seguir percorrendo ruas, batendo de porta em porta, visitando casas para vistoriar quintais, varandas e também os locais públicos.

Segundo Marcos Quito, coordenador da Sala Nacional de Coordenação e Controle para Combate ao Aedes aegypti - o núcleo de inteligência operacional das ações do governo -, o quadro será composto principalmente por profissionais da saúde.  “Os militares se somam ao quantitativo de 266 mil agentes de controle de endemias e 49 mil agentes comunitários de saúde, que já fazem visitas programadas. Eles somam esforços e vão trabalhar junto com esses atores para fazer essas visitas em domicílio”, diz.

Como identificar os agentes

Nessa tarefa, os agentes de saúde deparam-se com muitas recusas. São pessoas que ainda resistem em deixá-los entrar, mantendo portões e portas fechadas na hora da vistoria mesmo diante da grande ameaça que é o mosquito transmissor do zika vírus, causador de um aumento nos casos de microcefalia em bebês.

Francisco Limeira, agente de saúde no entorno do Distrito Federal, é um desses profissionais. No dia a dia, ele diz que a maioria das pessoas abre a porta de suas casas para que ele faça a vistoria, verificando se há criadouros do mosquito. Mas lembra que, em alguns momentos, a sua presença foi recusada. "Meu dia de serviço fica bastante machucado."

Ele considera natural que, num primeiro momento, possa haver desconfiança, mas dá a dica para tranquilizar os moradores sobre a presença dos agentes de saúde. “É simples: a pessoa que está em casa pode, antes de receber o agente, pedir o telefone da inspetoria e ligar para conferir se, de fato, há uma equipe de agentes naquele bairro. Feita essa conferência, é só abrir a porta.”

O cuidado, diz Francisco Limeira, pode ir além. Há também uma segunda forma eficaz de comprovar se a pessoa que bate na porta é mesmo um profissional da saúde pública.

“Todo agente de saúde possui um carteira funcional de identificação. Ao atender um agente, peça que ele mostre a carteira. Essa carteirinha possui uma foto. Dificilmente uma pessoa mal intencionada vai apresentar um documento em que possa ser identificado”, acrescenta.

Ao falar da resistência de algumas pessoas ao trabalho dos agentes, ele comenta que são minoria. "E o que importa é a maioria." Em todo o País, o Ministério da Saúde estima em 350 mil o número de agentes de saúde, entre profissionais que atuam nos municípios, nos Estados ou em órgãos federais.

A esse contingente se somam os bombeiros, militares do Exército, Marinha e Aeronáutica. E também os milhares profissionais dos Correios e das companhias de energia elétrica que entregam correspondência e fazem medição de energia e que têm ajudado nas vistorias em residências.

Todos estão mobilizados para eliminar o Aedes aegypti. Nessa luta, diz Francisco Limeira, cada dona de casa, aposentado, jovem, profissional de qualquer área ou classe social é um agente de saúde em potencial.

Luta permanente contra mosquito

Após a mobilização do último sábado e da ação que será feita entre os dias 15 e 18, uma outra fase do plano de combate ao mosquito está marcada para ocorrer entre 19/02 e 04/03.

Nesses dias, militares irão visitar as escolas públicas para falar aos estudantes sobre a importância de eliminar o Aedes aegypti e evitar focos de proliferação do mosquito causador do zika.


Fonte: Portal Brasil