Karatê transforma vida de meninos e meninas de bairros carentes

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Há 10 anos, um trabalho social, sediado no bairro Mirante Caravelas, em Porto Seguro, vem abrindo caminho para que meninos e meninas cresçam e se desenvolvam como cidadãos de bem.
O projeto era conhecido como Mestre Shinzato e foi fundado pelos caratecas Moisés Camilo e Carlos Vieira. O trabalho cresceu e se transformou na União Bahiana de Artes Marciais Yoshihide Shinzato (Ubamyshi), uma associação sem fins lucrativos que ensina karatê gratuitamente a crianças a partir de quatro anos de idade.
Cerca de 100 alunos participam do projeto. Para isso, precisam estar matriculadas em escolas regulares e tirar e manter boas notas. Na Ubamyshi, elas aprendem karatê e cidadania por meio de esporte, educação e cultura e se tornam multiplicadores de bons exemplos. “Os valores ensinados aqui são disciplina, hierarquia, respeito pelas pessoas, não importa a idade, a cor, raça. Aqui todo mundo é igual. Temos por obrigação um ajudar o outro antes mesmo que ele peça”, diz o professor Camilo, que cedeu um espaço do terreno de casa para construção da sede e realização das aulas.
O trabalho se estende a cinco pontos de apoio que cedem seus espaços e equipamentos: Escola Chico Mendes no Fontana I, Escola João Carlos no Vila Vitória, Escola Antônio Ozório de Menezes, no Cambolo, Escola Valdívio Costa, no Vila Valdete e Projeto Social Casa Amarela, no Ubaldinão.
Quatro professores e dois instrutores trabalham de forma voluntária, sendo que os que trabalham nos pontos de apoio são frutos do projeto e recebem ajuda de custo de R$ 400,00, pelo programa Mais Educação, do Governo Federal, para custeio de transporte e alimentação nos dois dias de aula por semana. Até completar de 18 anos, o aluno não paga mensalidade. Após esse período, participa com uma taxa.

Mudanças de comportamento

As aulas de karatê estão mudando a vida de muitas crianças na comunidade. Os professores testemunham que crianças antes envolvidas no tráfico de drogas foram resgatadas desse meio e mantém uma rotina de atividades saudáveis para o corpo e a alma. Outras, como o pequeno Kevin, mudaram o relacionamento no ambiente familiar e escolar. “Melhoraram meus estudos e meu comportamento em casa”, disse. “O projeto é uma referência porque são pessoas que querem o melhor para a sociedade. Para mim, como pai, está sendo uma bênção”, disse Emanuel Teles, pai do menino.


O voluntário Alex Curvelo, que atua como professor, vê o projeto como uma oportunidade de multiplicar conhecimento e dádivas: “contribuir é dar para a comunidade um pouco do muito que Deus nos concede”.

Projeto Empresa Solidária

Além das parcerias com escolas e professores, para manter o trabalho iniciado uma década, a associação conta com contribuições de empresas que participam do Projeto Empresa Solidária. Além da captação de recursos, o projeto visa à ampliação da rede de responsabilidade social empresarial em Porto Seguro.


Quatro empresas já se tornaram parceiros investidores. Para participar, é necessário ter CNPJ e aderir ao programa, com uma contribuição mensal de R$ 100,00, por um período mínimo de um ano. As empresas participantes recebem certificação da UBAMYSHI do projeto e conquista o direito de associar sua marca à entidade, agregando valor social ao seu nome.