Alimentação vegana ganha espaço em Porto Seguro


Uma das tendências em alimentação no mundo moderno, o veganismo é traduzido como uma maneira de viver sem exploração e crueldade contra os animais. O conceito adota um posicionamento que vai, na medida do possível, da alimentação ao vestuário ou para qualquer outra finalidade no dia-a-dia das pessoas. No entanto, uma coisa que todos os veganos têm em comum é uma dieta baseada em vegetais, livre de todos os alimentos de origem animal, como: carne, laticínios, ovos e mel, bem como produtos como o couro e qualquer outro testado em animais.

Em Porto Seguro, a alimentação vegana também tem ganhado espaço. Desde muito jovem a gaúcha Carla Figueiredo optou por não comer carne pelo entendimento de que não poderia comer outros seres vivos. Quem diria? Afinal de contas, é no Sul que se faz o famoso churrasco gaúcho, tchê! Ela lembra com pesar de quando presenciava a morte de animais para depois serem colocados nas panelas em casa.

“Lembro que aquilo me chocava muito e eu me negava a comer o bichinho que vivia conosco”. Ela afirma que optou por este alimento considerando que a crueldade no processo de abate dos animais é assunto quase proibido. “Preferimos ignorá-lo porque, afinal, carne é um alimento saboroso para muitos, e pouca gente se dispõe a saber que os animais são, quase sempre, submetidos a atos de extrema crueldade antes de chegarem às mesas dos consumidores. Não existe abate sem brutalidade.”

 

Estilo de vida

Ela fez da escolha uma forma de viver e uma profissão. Hoje, chef experimental, ela trabalhou no Sul do país com esse tipo de alimento (vegetariana estrita) há quatro anos, onde montou os restaurantes e pizzarias com as primeiras opções sem animais no cardápio. Em Porto Seguro, Carla começou a produzir congelados vegetarianos e veganos, usando, inclusive, uma matéria-prima muito fácil de encontrar na região: a jaca verde, com o que faz a famosa carne de jaca. Uma delícia e um sucesso!

Carla afirma que o veganismo é uma filosofia de vida baseado num ideal ético e que visa à luta contra a exploração dos animais. Na comida vegana, não apenas são eliminados alimentos de origem animal, como também não há consumo de algo que envolva o uso dos bichos, seja no vestuário, produtos de higiene, marcas que promovam exploração, como rodeios e outros.

Segundo ela, a alimentação vegana pode fazer parte da vida de qualquer pessoa. “Dietas vegetarianas e veganas estão se tornando cada vez mais comuns. Seja pela preocupação ambiental, já que hoje devastam-se florestas, não para alimentar as pessoas, mas para alimentar a criação de animais; pelo cuidado com os animais; ou simplesmente pelos benefícios que elas podem oferecer à saúde.

Ela afirma ainda que, atualmente, estima-se que no Brasil há mais de 16 milhões de vegetarianos e mais de cinco milhões são veganos. Entre elas estão as pessoas com intolerância a leite e derivados, e muitos esportistas e até fisiculturistas estão optando por esta dieta. “Veganismo é sinônimo também de saúde, busca por produtos orgânicos, menos processados.”

De acordo com Carla Figueiredo, “as pessoas não precisam migrar para o veganismo direto. Podem começar diminuindo a carne, depois optando pelo vegetarianismo, consumindo laticínios e ovos, por exemplo, e com o tempo naturalmente vão aprendendo, gostando, se conscientizando, até que a decisão pelo veganismo é natural”.

Uma sugestão da chef é que a Bahia possa adotar a segunda-feira sem carne, como em São Paulo, nos órgãos públicos. A iniciativa ajuda a mostrar as diversas possibilidades da dieta vegetariana.


Foto: tortelini de abóbora com amêndoas ao molho de nibs

 

Comentários   

# Dicas para refeições veganas em Porto SeguroAlejandra 22-01-2020 22:09
"Boa noite, estamos em Porto Seguro e gostaria de sugestões para refeições veganas porque está bem difícil. Obrigada."
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