Ônibus na orla agravam problemas com casa cheia

O retorno às atividades de turismo em Porto Seguro é um alívio para a maioria da população de Porto Seguro, mas velhos problemas continuam acontecendo para quem precisa passar pela Orla Norte para chegar ao trabalho ou em casa, quando a cidade está lotada. E o trânsito caótico na Av. Beira Mar (BR 367) em horário de pico é um deles. Outra questão são os ônibus estacionados nos acostamentos.

Para quem mora na Orla Norte, as duas questões exigem uma boa dose de paciência. E o problema pode ser ainda maior se alguém precisar de socorro médico e tiver de enfrentar uma fila lenta e interminável de carros às 10h, 11h, 15h e até às 19h, seja devido a um grande fluxo de veículos em direção ao Centro da cidade ou na direção contrária.

Isso acontece porque nem sempre há condição ou disponibilidade de os motoristas usarem o anel viário, que liga o Bahianão à Orla Norte. A depender do local aonde se quer chegar, o tempo da viagem pode triplicar. Some-se a isso o fato de que a rua do Telégrafo só desafoga o trânsito entre os bairros do Mundaí e Village. Diante do problema, o Ministério do Turismo chegou a falar na duplicação da BR 367, mas até agora, nenhum solução concreta.

Outro problema é o estacionamento dos ônibus nos acostamentos, em frente às barracas de praia. Com estes motores ocupando uma considerável largura da BR, os demais veículos e um grande número de pedestres - dentre eles moradores, turistas e agentes - ficam em risco, já que disputam espaço para acessar as praias ou a outra ponta da cidade. Além do transtorno, o mar, céu e a vegetação ficam escondidos atrás dos ônibus - muitas vezes ligados para manter em funcionamento os ar condicionados - barulhentos e poluentes.

Taxas para ônibus

Em outubro de 2018, a prefeitura iniciou uma cobrança de taxas para veículos de transporte de turistas. A medida, chamada de Ordenamento ao Tráfego dos Veículos de Turismo, envolveu ônibus, micro-ônibus e vans e tomou de surpresa muitas operadoras do ramo, que afirmaram não ter sido avisadas. A Lei Municipal 1402/2017 e o Decreto 9641/2018 determinaram que as excursões rodoviárias deveriam realizar cadastramento prévio para acesso ao município. Com a tarifa, os veículos tinham sua permanência assegurada por até sete dias consecutivos na cidade. E os valores recolhidos seguiram para o Fundo Municipal de Turismo e o Fundo Municipal de Trânsito. As taxas para ônibus eram no valor de R$ 1.500,00 até R$ 2.500,00. E micro-ônibus, de R$ 1.000,00 a R$ 2.000,00.

Em novembro de 2019, os vereadores cobraram da administração municipal uma posição sobre o uso da taxa de turismo, que já estava na ordem de R$ 5 milhões. A cobrança era de que este dinheiro fosse usado para resolver problemas como um estacionamento para ônibus. Na época, os edis reclamaram do não comparecimento de secretários à tribuna da câmara para dar relatórios de suas ações.