Maior encontro dos povos indígenas do Brasil acontece on line

Para enfrentar as ameaças da pandemia da Covd-19, a 16ª edição do Acampamento Terra Livre (ATL), acontece virtualmente entre 27 e 30/04.

O Acampamento Terra Livre é o evento em que povos indígenas de todo o País se reúnem para fortalecer a luta e a resistência do movimento indígena.

Esse ano, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) convocou uma mobilização virtual para realizar a 16ª edição do ATL. Diante da nova ameaça causada pela pandemia da Covid-19, do crescimento das invasões nos territórios indígenas, do aumento de assassinatos e criminalização de lideranças, o formato virtual do encontro pretende alertar sobre a real possibilidade de um novo genocídio e denuncia o descaso do Governo Bolsonaro em garantir a proteção de nossos povos ancestrais.

A programação do evento teve início na segunda-feira, dia 27 e transmite encontros, reuniões, lives, pajelança, cantos, danças tradicionais, mostra de filmes indígenas, debates entre mulheres de diferentes etnias, além de mesas com grandes lideranças, indigenistas, antropólogos e outras interações que conectam povos de todo o Brasil no ambiente online.

Nos painéis de discussões, os temas variam entre “Saúde indígena e o racismo institucional”, “Os povos indígenas em tempos de Coronavírus”, “Agenda LGBTQ + Indígenas”, “Enfrentamento às mudanças climáticas, aumento do desmatamento e o impacto no pós-pandemia”, “Direitos Indígenas, violações e  autoritarismos”, “Os processos migratórios dos povos indígenas no Acre e a Covid-19”, “Histórias sobre as primeiras retomadas no sul do Brasil”, “Mesa internacional”, entre outros. O evento é organizado pela APIB e suas organizações de base junto à MNI - e as organizações que a compõem.

 

UFSB é a universidade baiana com maior percentual de estudantes indígenas

Em comemoração ao dia do Índio, a Revista Quero fez uma matéria especial apontando o crescimento da presença indígena nas universidades brasileiras. A partir das informações, foi criado um ranking com as 50 universidades com maior presença indígena do Brasil. A Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) apareceu em 19º no ranking, com 3,56% de estudantes indígenas. Comparada às universidades da Bahia, a universidade aparece na 1ª posição.

De acordo com o Pró-Reitor de Sustentabilidade e Integração Social (PROSIS), Sandro Ferreira, dois fatores chamam atenção para essa posição no ranking: a localização da universidade e o constante diálogo com a comunidade indígena desde o processo de implantação da UFSB. Sandro também afirma que “Articulado ao interesse institucional e acadêmico da universidade em se aproximar destas comunidades, destaca-se o intenso esforço destas comunidades em estimular a formação escolar e o ingresso destes jovens (e também idosos) na universidade”.

Localizada na região sul e extremo sul da Bahia, a UFSB atua em um local onde muitas comunidades indígenas existem e resistem em suas formas de organização comunitária. Aqui, ganham destaque as aldeias Tupinambás, em Ilhéus, Pataxó Hã Hã Hãe, em Pau Brasil, e Pataxó, em Santa Cruz Cabrália e região do Parque Monte Pascoal.

Desde seu início, a universidade já previa em seus processos seletivos reserva de vagas para indígenas, como estabelecido na Lei 12.711/2012. Prova disso é seu primeiro processo seletivo, em 2014, que já possuía tal modalidade. Em abril de 2016, a UFSB publicou seu primeiro edital com vagas exclusivas para estudantes indígenas que comprovassem residir (ser reconhecido) por uma comunidade indígena. Nos anos seguintes, foram ampliadas a reserva de vagas e os cursos de ingresso (primeiro ciclo, segundo ciclo e pós-graduação) para indígenas aldeados, com seleção realizada via SISU ou editais próprios.

O Pró-Reitor explica que, desde 2015, a UFSB também fez a adesão ao Programa Bolsa Permanência do MEC, que garante bolsas de apoio pecuniário, no valor de R$900,00, a estudantes indígenas aldeados e quilombolas. Além deste programa, alguns outros programas de permanência foram criados e direcionados ao segmento de estudantes indígenas da UFSB, facilitando a continuidade e finalização dos estudos.

Todas essas ações, em conjunto, consolidaram o processo de diálogo entre a comunidade acadêmica e a comunidade indígena possibilitando o processo de inclusão e ressignificação dos processos de ensino e aprendizagem.


Fontes: Ascom APIB e UFSB