Banda Africanidade lança música nascida durante a pandemia

A Banda Africanidade, de Porto Seguro, lançou recentemente, seu mais novo trabalho. A quarentena da pandemia levou o grupo a compor e lançar a obra Perfume das Rosas, que já está sendo divulgada nas redes sociais. A inspiração veio de amiga em comum chamada Jeniffer. “Ela é uma garota bonita, tem um bom coração e contribuiu com a criação, produção e gravação da música, que diz que o mundo precisa de amor mais do que de dinheiro. Juntamos e colocamos esta frase para que as pessoas tenham mais sensibilidade umas com as outras”, afirma Dick Rey.

Reinaldo São Pedro da Silva - o Dick Rey - é um dos vocalistas da banda. Nasceu em Castro Alves, morou em Salvador e trabalha com música desde os 18 anos. Está em Porto Seguro há cerca de 28 e agora, aos 52, mostra a mais nova produção da Banda Africanidade, da qual faz parte desde 2014, quando foi criada.

Também integram a banda, Janaína Amaral (vocalista), José Mário, Flávio Santana, Edvan Canibal, Dandara e Nalanda Nascimento (filhas de Dick Rey) na percussão, Ângelo Gilsonno teclado, Giuliano no violão e Ivan Borel no sax.  “Temos outras composições, mas a ideia de ter gravado primeiro esta foi devido à pandemia, para falar sobre a importância do cuidado com o próximo. Passei a ideia para os colegas Cubano Menezes e Paulinho Rasta, que são baianos - um de ilhéus e outro nascido em Porto Seguro - e eles toparam”.

Segundo Dick Rei, Perfume das Rosas tem um gostinho especial. “Gravamos num período em que estávamos duros, fomos para o estúdio durante a pandemia e finalizamos o trabalho. Agora contamos com os amigos para divulgarem conosco”, diz. “Nossas músicas falam de prosperidade, cidadania, não é música chiclete. Nosso objetivo não é fazer barulho e depois parar. É continuar em evidência. Queremos formalizar a Banda”, afirma o músico. O trabalho do grupo e a música Perfume das Rosas podem ser apreciados nas redes sociais da produtora de Eventos OBA, e no Instagram e Facebook do Grupo e Banda Africanidade.

Unindo histórias

O grupo de percussão Africanidade nasceu em novembro de 1993. “A banda já tinha iniciado há muitos anos, mas parou. E alavancou na Copa do Mundo de 2014, quando convidada pelo Convention Bureau para fazer receptivos para as Seleções da Alemanha e Suíça, hospedadas em Santo André - Santa Cruz Cabrália - e Porto Seguro. Assim, gravaram o clipe de divulgação do local onde a delegação alemã ficou hospedada (Campo Bahia Songs).

“Fazíamos receptivo em períodos de Carnaval, com batucadas, sem música. Daí veio a ideia de incorporar a música, voz e harmonia”, relata Dick Rey. Na Cidade Histórica, no farol, ele desenvolve oficina de percussão para turistas. Além disso, o grupo tem o Projeto Africanidade, na Vila Vitoria. Atende, no período normal, cerca de 30 crianças e adolescentes de 5 anos a 18 anos e funciona num espaço onde havia uma creche. “Estava abandonada, daí negociamos com a associação do bairro para usarmos o espaço. Mas não é local definitivo”.

O projeto, segundo Dick Rey, contribui “para que as crianças não fiquem nas ruas no tempo ocioso. E, quando chegam à maioridade, já podem ter um trabalho, uma profissão, remunerados através dessas apresentações”. Atualmente, o espaço recebe 10 crianças por vez, devido à pandemia. A iniciativa é financiada pelos próprios componentes e com os próprios instrumentos da banda. “Nossa inspiração veio de grupos como Timbalada, Olodum e Pracatum de Brown.”