Moara Sacchi: beleza, talento e ativismo contra o preconceito

Quem acompanhou a passarela do São Paulo Fashion Week (SPFW) pode ver um rosto bem conhecido da região. O evento de moda foi palco abrilhantado pela belmontense Moara Sacchi, a multiartista de 23 anos, mostrou seu talento e beleza no evento de moda.

Mas nem só de moda vive a artista. Desde pequena, Moara encanta também por inspirar jovens e movimentos de minorias, e realizar ações culturais. Coordenadora do Instituto Sociocultural Brasil Chama África, membro do projeto Coral Vivo e colaboradora da Revista Raça Brasil, ela imprime em todo o que faz sua relação a causas sociais.

Sendo mulher negra sentiu o peso do racismo na infância e adolescência, mas usou suas raízes como instrumento de resistência e promoção dos valores ancestrais de seu povo. Em entrevista ao Jorrnal do Sol, Moara falou sobre sua carreira e planos para  futuro.

Carreira

Estudante, dançarina, modelo, ativista e artista. Estes são apenas alguns títulos que carrega. Um dos pontos altos de sua carreira veio meio tímido, mas contou pontos para que chegasse onde está: o protagonismo no clipe da cantora Iza, ‘Gueto’.

“Foi um trabalho bem bacana, com várias surpresas, eu não imaginei que conheceria a Iza e nem que abriria o Clipe. Eu entendo que foi um trabalho marcante e que muitas pessoas chegaram até mim depois dele, mas me controlei para entender que foi mais um trabalho grande e não perder a cabeça, eu sou muito ansiosa então a cada grande conquista vem uma nova batalha comigo mesma, pra não me vislumbrar e seguir em frente, porque vem mais e eu preciso estar bem e preparada”, conta ela, que ainda participou de clipes com o Criolo MC, com a Tassia Reis, Djonga, Caio e mais alguns ainda não tão conhecidos. Além de desfiles na Casa de Criadores e SPFW, o sonho de muitas modelos brasileiras

Sobre os planos para o próximo ano, Moara revela que pretende passar um tempo fora do Brasil. “Quero beber de novas fontes, me inspirar, voltar a criar, quero muito voltar aos palcos, pretendo me organizar para isso", revela.

Envolvimento

Como multiartista, se dedicar a tantos projetos e de forma tão ímpar é uma tarefa difícil, mas que Moara tira de letra. “É parte de mim, não sei como seria não estar envolvida. Talvez tenha herdado da minha mãe, já tive meus surtos, bati o pé e disse que não iria mais lutar por causa alguma e 5 minutos depois, estava escrevendo projeto, participando de reuniões, pesquisando ações em outros municípios e vendo o que mais poderíamos fazer para melhorar, ao menos a nossa região”, comenta.

A dançarina e ativista entende que se tornou inspiração para muitas mulheres, no que tange à dificuldade que é ser mulher e negra no Brasil. “A gente precisa se preparar muito, das mais diversas formas. Mas algo fundamental é a cura. O racismo nos ataca desde antes do nosso nascimento. Há comportamentos sistêmicos e crenças limitantes que querem dizer até aonde podemos sonhar. Cortar essas amarras com estudos, informação, terapia, meditação, rezas, orações com as ferramentas que tiver e puder é o que, na minha opinião, nos deixa em um patamar onde é possível sonhar, acreditar e investir em si. A minha maior conquista foi o meu amor por mim mesma”.


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