Bahia Mineração vence leilão da Ferrovia Oeste-Leste

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e o Ministério da Infraestrutura leiloaram, na manhã de quinta-feira, 08/04/21, a subconcessão do trecho da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), que se estende por 537 quilômetros entre as cidades bainas de Ilhéus e Caetité. A vencedora foi a empresa Bahia Mineração S.A (Corretora Itaú), com um lance de R$ 32,730 bilhões. O certame aconteceu na B3 (antiga BM&FBovespa), em São Paulo/SP, e apenas uma proposta foi apresentada.

A expectativa é que a subconcessão da Fiol vai permitir a criação de 55 mil empregos diretos, indiretos e efeito-renda ao longo da concessão.  O traçado da Fiol 1 passa por  Ilhéus, Uruçuca, Aureliano Leal, Ubaitaba, Gongogi, Itagibá, Itagi, Jequié, Manoel Vitorino, Mirante, Tanhaçu, Aracatu, Brumado, Livramento de Nossa Senhora, Lagoa Real, Rio do Antônio, Ibiassucê e Caetité.

De acordo com o Governo da Bahia, houve um grande esforço para retomar a obra, de responsabilidade da União, por entender a importância do equipamento para o desenvolvimento econômico do estado. A ganhadora ficará responsável pela finalização do empreendimento e operação do trecho, em uma concessão que vai durar por 35 anos, totalizando R$ 3,3 bilhões de investimentos. Desse total, R$ 1,6 bilhão será utilizado para a conclusão das obras.

O trecho 1 já tem 80% pronto. Com o trecho 2, com previsão de conclusão em 24 meses até Barreiras, a ferrovia funcionará como um corredor de escoamento de minérios do sudoeste baiano e da produção agrícola que vem do oeste, levando toda esta carga para o Porto Sul.  Com a construção da Ponte Salvador-Itaparica, o acesso entre a capital e o porto terá ainda redução de 100 Km no trajeto.

De acordo com o presidente da Companhia Baiana de Produção Mineral (CBPM), Antonio Carlos Tramm, a mineração, através da Bahia Mineração (Bamin), vai garantir a carga inicial da Fiol. “Se considerarmos as jazidas minerais já localizadas e identificadas na região de Caetité, além de todo o trabalho de prospecção que a companhia está fazendo nos 100 Km no entorno dos trilhos, mais o transporte da produção do agronegócio que virá de Barreiras, vamos ver que rapidamente haverá necessidade de ampliar a sua capacidade de transporte. Os trilhos da ferrovia vão facilitar também a implantação de internet via fibra óptica nos 30 municípios que ela cruza”.

A expectativa é de que a Fiol 1 comece a operar em 2025, transportando mais de 18 milhões de toneladas de carga. Além do minério de ferro produzido na região de Caetité, serão escoados, alimentos processados, cimento, combustíveis, soja em grão, farelo de soja, manufaturados, petroquímicos e outros minerais. A operação inicial já deve contar com pelo menos 16 locomotivas e mais de 1.400 vagões. Além de Ilhéus e Caetité, um terceiro pátio será instalado no município de Brumado.

O projeto total da Ferrovia de Integração Oeste-Leste prevê ainda mais dois trechos: a Fiol 2, entre Caetité/BA e Barreiras/BA, com obras em andamento, e a Fiol 3, de Barreiras/BA a Figueirópolis/TO, que aguarda licença de instalação por parte do Ibama. Um corredor de escoamento que terá um total de 1.527 quilômetros de trilhos, ligando o porto de Ilhéus, no litoral baiano, ao município de Figueirópolis/TO, ponto em que a Fiol se conectará com a Ferrovia Norte-Sul e o restante do país.

"Mais um dia de vitória. A Fiol será uma locomotiva de desenvolvimento da Bahia e agora vai rodar, carregando minério, soja, melhorando as condições de Ilhéus à Caetité - que vai se transformar em uma grande cidade em função da mineração -, além de Barreiras, um dos principais polos do agronegócio no estado. Essa ferrovia trará ainda mais progresso", afirmou o vice-governador João Leão, secretário de Desenvolvimento Econômico.


Com informações da Secom ANTT e Secom Governo da Bahia - Foto: Eloi Corrêa - Governo da Bahia

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