Sociedade Brasileira de Pediatria se manifesta sobre volta às aulas na pandemia

 

Os pediatras consideram indispensável a responsabilização das autoridades públicas, nas três esferas de governo (municipal, estadual e federal) para solucionar o problema da volta às aulas

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) publicou sua opinião e recomendação sobre a necessidade de retorno seguro às aulas e afirmou que a suspensão do serviço tem prejudicado os estudantes de todas as idades, especialmente os da rede pública. A publicação foi em 29/01/21. Leia parte do texto publicado no portal:

“A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) entende que a maioria das escolas, principalmente as das redes públicas, precisa se estruturar adequadamente para garantir segurança básica no retorno dos alunos às aulas presenciais diante da pandemia de Covid-19. A posição é um dos pontos levantados no documento divulgado pela entidade nesta sexta-feira (29), que traz orientações para gestores públicos e privados, em especial das áreas de saúde e educação.

...Os especialistas reconhecem que o fechamento prolongado das escolas, a partir das recomendações de distanciamento social, como vistas à prevenção ao adoecimento de alunos e professores, tem causado imenso prejuízo para os estudantes e suas famílias. Porém, avalia que, de modo geral, não foram implementadas medidas que garantam a segurança para os que frequentam o ambiente escolar de modo presencial. Neste sentido, os estabelecimentos da rede pública de ensino são os mais prejudicados, avalia a SBP.”

Diz o documento publicado no site da SBP: “Todos esses meses de fechamento das escolas não parecem ter determinado atitudes propositivas de investimentos e revisão das condições físicas, materiais e funcionamento das escolas. Nenhum tempo a mais pode ser perdido neste sentido e a sociedade, em geral, precisa cobrar das autoridades esse movimento a partir de planos locais ou regionais de investimentos e ações, voltados para o retorno seguro nas escolas, com análise concomitante do quadro epidemiológico. Este momento de crise deveria ser empregado para melhora das condições dos serviços de Saúde e Educação.

Deve-se exigir a correção imediata da passividade na decisão isolada de manterem-se fechadas as escolas públicas, assim como da lentidão na busca de soluções para as questões estruturais e de fluxos, visando diminuir riscos de contaminação e mitigando danos, nos diversos aspectos que a Covid-19 determina. Idealmente, ainda com as escolas fechadas, não devem mais tardar processos de discussão, relacionados ao planejamento pedagógico e estruturante das escolas junto às suas comunidades, o que efetivamente parece não ter acontecido na maioria das escolas. Neste momento também se poderia fazer treinamentos e atualizações dos professores, avaliar condições de infraestrutura tecnológica nas escolas, além das condições de disponibilidade de água e sanitários adequados, inclusive com uma campanha dirigida para as crianças e os adolescentes.”

No site, a SBP informa sobre os diagnósticos por dia e fala sobre a necessidade de que haja maior dedicação às testagens. E afirma que, apesar disso e de outros fatores, “o cenário quando o foco são as crianças é diferente, já que elas representam menos de 1% da mortalidade e respondem por 2-3% do total das internações. A maioria apresenta quadro leve ou assintomático e os casos de Síndrome Inflamatória Multissistêmica, provavelmente associada à covid-19, ocorrem com incidência muito baixa.”

 E diz ainda:

“A partir de dados coletados em estudos internacionais sobre a questão do retorno às aulas, a Sociedade alerta para alguns pontos relevantes, como: as escolas não são ambientes de propagação mais significativos do que outros espaços ocupacionais ou de lazer com densidades semelhantes; quando houver o retorno à modalidade de aulas presenciais, é preciso considerar o esquemas de rodízios com escalas alternadas entre grupos; a necessidade de controle com protocolos de testagens nos casos-índice e nos contactantes; dentre outras questões.”

Acesse aqui a íntegra do documento.


Fonte: Portal SBP