Mário Roma: das velas ao Brasil Ride

Ele é português, tem 58 anos e é vitorioso desde os 8 anos

Conheça Mario Roma, o fundador de uma das maiores provas de Montain Bike (MTB) do Mundo: a Brasil Ride

Esporte deveria ser seu nome do meio. Há 50 anos inserido no mundo dos esportes, Mario Roma, o fundador da Brasil Ride, subiu em um pódio pela primeira vez aos 8 anos e dali só saiu em 2010, mas por uma boa razão. Campeão de vela até a aposentadoria aos 38 anos, o esportista não parou. Foi nesta época que iniciou a dedicação pelo ciclismo – esporte pelo qual também se profissionalizou, vencendo competições pelo planeta.

“Nas velas participei de jogos olímpicos, regata de volta ao Mundo, entre diversas outras. Foram 30 anos de disputa. Aos 38 resolvi me dedicar ao ciclismo, onde também me profissionalizei. Fui o primeiro português/brasileiro a participar de provas por etapas no Mundo”, contou.

Desafio

A Brasil Ride veio para coroar essa dedicação ao MTB. Em 2010, uma equipe de patrocinadores lançou um novo e fantástico desafio a Mário: iniciar uma nova prova - a Brasil Ride, que começou na Chapada Diamantina e que após 5 anos foi transferida para Arraial d’Ajuda, distrito de Porto Seguro e Guaratinga, cidade vizinha do vilarejo.

“Após 5 edições na Chapada, a prova ficou tão grande que o local não comportava de forma adequada todos os atletas. Precisávamos de um lugar com maior infraestrutura e optamos por Arraial. A escolha levou em consideração também a proximidade de aeroporto e por ser um local que aceitasse a estrutura para um evento internacional. Arraial D'ajuda tem isso e ainda um visual que realmente é único. A Brasil Ride então passou a ter além das montanhas e paisagens incríveis a finalização na beira do mar, uma mistura, um tempero bem baiano. Somos o maior evento Premium do mundo MTB. Recebemos na última edição 30 países além de participantes de todos os estados do País. É uma grande logística”, revelou.

2021

Para este ano a 11ª edição foram realizadas diversas modificações por se tratar de um ano atípico e por ser uma espécie de recomeço. “A Covid e todas as situações que vivemos elevou nossas expectativas. Além do percurso, procuramos melhorar sempre. Realizamos um evento para atletas profissionais, mas para 80% do grupo é uma experiência de vida que envolve viagem, cultura, destinos, autoconhecimento, experiência, convivência e também o ‘sair da zona de conforto’, mas com segurança. A novidade desta vez foi, sem dúvida, a inclusão da Serra do Cariri”, ressaltou Mario.

2021 também trouxe outras surpresas: três novos grandes players se tornaram patrocinadores do Brasil Ride: o Santander  - uma das maiores instituições financeiras do mundo, a Continental – parceira também no Le Tour de France, a maior e mais antiga competição ciclística do mundo, com 120 anos de existência, e a Jeep – que também se juntou ao time. 

“Assumimos uma grande responsabilidade e também temos satisfação de contar com estes parceiros que engrandecem ainda mais nossa competição. Após um ano estagnado pela pandemia, ter três grandes marcas se juntando a nós para dar um start e nos reconhecendo como esporte, é um início glorioso. Pois é essa a sensação que temos. Apesar dos 12 anos de experiência, a sensação é de que estamos começando tudo novamente. Vivenciar o entusiasmo gigante dos atletas, como se fosse a primeira prova a fazer na vida a volta dos fornecedores, e todos os empecilhos como falta de material, passagens extremamente caras, a menor participação internacional, por conta das tramitações com vacina e testes. É uma relargada”, salientou, informando que os participantes internacionais tiveram o apoio do evento para realizarem o teste de Covid dentro do espaço da competição.

“A Secretaria de Saúde de Porto Seguro está nos acompanhando para a realização dos testes tanto para a entrada na prova, quanto para a volta ao país de origem dos ciclistas. E, apesar de já ser possível, não é prático para quem vem de fora, o que desanimou muitos atletas”, explicou Mario.

Procura

Em compensação, a procura em massa do público brasileiro, fez com que as inscrições se esgotassem em menos de meia hora. “Isso sem contar no mar de gente que se une a nós na Maratona dos Descobrimentos, que acontece no sábado, dia 13 de novembro. Na 10ª edição tivemos o maior número de inscritos de todas as edições com cerca de 2.500 atletas. Com certeza repetiremos esta grandiosa festa. E o mais o importante: demos a largada. Já estivemos em situações muito piores, o mundo já está com mais tranquilidade, estamos reaprendendo a viver com a Covid, que é uma doença que não vai sumir e a conviver com essa nova realidade”, argumentou.

Mas para quem acha que Mário Roma é apenas um expectador da corrida, se engana. Nessa edição, após o belga Wout Alleman sofrer uma lesão e abandonar a ultramaratona, onde concorria ao lado do português Tiago Ferreira, o fundador da Brasil Ride teve a ideia de pedalar com Tiago no segundo dia de prova, inclusive deixando para trás mais de 150 duplas e chegando em 43º lugar.


Fotos: Divulgação - Gustavo Coelho/Santander Brasil Ride Bahia

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