Ave extremamente rara é fotografada em Belmonte

Uma harpia  - ave classificada como criticamente em perigo de extinção no território baiano foi avistada e fotografada em uma fazenda em Belmonte. A presença do pássaro foi registrado pelo Projeto Harpia, apoiado pela Estação Veracel, a maior RPPN de Mata Atlântica do Nordeste, mantida pela Veracel Celulose.

A ave é a maior águia das Américas, e foi fotografada próximo ao seu ninho na região do município de Belmonte, no sul baiano. Segundo o professor da Universidade Federal do Espírito Santo e coordenador do núcleo do Projeto Harpia na Mata Atlântica, Aureo Banhos, "o apoio da RPPN Estação Veracel é fundamental para o avanço das nossas atividades nas florestas da Costa do Descobrimento", afirma o professor, que explica que a harpia fotografada é uma fêmea jovem, com aproximadamente 1 ano e meio de vida e tem sido monitorada desde junho de 2021.

“Nessa fase de amadurecimento, os filhotes voam em áreas próximas ao ninho onde estão os pais e ainda dependem de seus cuidados. Geralmente, as harpias colocam de um a dois ovos, mas apenas um sobrevive. Os pais tomam conta dele por cerca de dois a três anos, mesmo que já esteja voando e experimentando caçar sozinho. Por isso, a reprodução da harpia é lenta, o que faz com que a ave corra ainda mais risco de desaparecer”, salienta.

Nativa

A harpia é nativa das florestas tropicais das Américas Central e do Sul. No Brasil, as regiões da Amazônia e da Mata Atlântica são hábitats para a espécie, que depende de grandes regiões de floresta para sobreviver e é muito sensível aos impactos sobre a natureza, principalmente o desmatamento e a caça. A Coordenadora de Estratégia Ambiental e Gestão Integrada da Veracel, Virginia Camargos, explica que a harpia é um predador de topo na cadeia alimentar. “Necessita de disponibilidade de presas para sua alimentação, bem como de grandes árvores, para construção de seus ninhos", comenta.

Dentro da área da Estação Veracel foram identificados e são monitorados outros dois casais de harpias. Em abril do ano passado, foi possível capturar inclusive imagens extremamente raras da cópula de um desses casais. "Infelizmente, mesmo depois da cópula e da fêmea ter feito a postura e chocado o ovo, não houve o nascimento do filhote, o que pode ocorrer", explica Aureo. As harpias são monogâmicas, e o casal quase sempre usa o mesmo ninho para reprodução.


 Com informações da Veracel Celulose Foto: Divulgação

Siga o Jornal do Sol no Instagram

LEIA TAMBÉM:

Estado realiza leilão de bens públicos

Tartarugas: o que fazer se encontrar uma?

Governo lança Plano Estadual para Economia de Hidrogênio Verde na Bahia

Veracel e Conservação Internacional realizam mapeamento Cadeia Produtiva da Pesca

Tecnologia auxilia no estudo e preservação dos corais