Como sempre acontece, as eleições para o Legislativo em Porto Seguro foram marcadas por algumas surpresas. Políticos experientes, como os vereadores Dilmo Santiago (PSB), Miguel Ballejo (PV), Sargento Martins (PSD), Marcos Aurora (PSC) e o ex-vereador Roló (PROS), ficaram de fora. Por outro lado, nove novatos vão fazer sua estreia na Câmara. Apenas seis vereadores foram reeleitos (veja quadro). Serão duas as representantes femininas: Lívia Bittencourt, reeleita, e Ariana de Tia Nega.
Van Van do Arraial (PMDB) começa sua trajetória de legislador o mais votado da história de Porto Seguro, o único que consegui superar a marca dos 2.000 votos. O recorde pertencia a Paulinho Tôa Tôa, em 2012 (1.706). Por outro lado, Rodrigo Borges (PV) foi o eleito com a menor votação, 563. Quinze candidatos tiveram mais votos que ele e não conseguiram a vaga.
A eleição para vereador, além de concorrida e desgastante, guarda uma emoção extra para a apuração. Não basta ter mais votos. Para conquistar uma vaga, é preciso que a soma dos votos de todos os candidatos do partido ou coligação, mais os votos nas legendas, atinja um número mínimo, chamado quociente eleitoral.
O quociente eleitoral é calculado através da divisão dos votos válidos (excluem nulos e brancos) pelo número de cadeiras no Legislativo. Desde que a regra foi introduzida, em todas as eleições, candidatos repletos de votos perdem cadeiras para outros menos votados.
Matemática angustiante
Em 2016, quem mais sofreu na apuração foi o radialista Charles Senna (PMDB), que pela terceira vez tenta uma cadeira na Câmara. Senna saltou de 384 sufrágios em 2012 para 987 nessas eleições. Com mais de 90% dos votos apurados, o radialista estava eleito. Mas perdeu a vaga nas últimas seções para Bolinha do Cambolo, de outra coligação.
É uma história que se repete a cada apuração. Em 1996, Ciro Leite, com 326 votos, ficou entre os 10 mais votados, mas perdeu a vaga para Judson Piol, com 210. Em 2000, Roni Guerra (PSD) obteve 638 votos, ficando em sétimo lugar, mas não ganhou. Já Gilvan Florêncio (PT) conquistou seu primeiro mandato na Câmara com apenas 223 votos. Em 2004, o finado vereador Tica (PMN) ficou fora da Câmara com 745 votos, o nono mais votado. Dilmo Santiago (PL) foi eleito com 670.
Já em 2008, Prates (PR) ficou em sétimo lugar, com 1.029 votos, mas perdeu a vaga para Roló (PC do B), que obteve 858. Por fim, em 2012, o ex-presidente da Câmara Sargento Martins (PSDB) conseguiu 867 votos, mas não levou. Enquanto isso, Marcos Aurora (PSC) foi reeleito com 574 sufrágios.
Vereadores reeleitos:
Cido (PSD), Élio Brasil (PT), Evaí Fonsêca (PHS), Geraldo Contador (PHS), Lívia Bittencourt (PSB), Robério Moura (PSD)
Retornam à Câmara:
Nido (PMDB) 1.118
Robson Vinhas (PC do B) - 750
Novatos:
Ariana de Tia Nega (PR), Bibi Ferraz (PSC), Bolinha do Mirante (PPS), Cacique Renivaldo (PV), Hélio Navegantes (PRB), Lázaro Axé Moi (PP), Rodrigo Borges (PV), Van Van do Arraial (PMDB) e Wilson Machado (PSC)
Não se reelegeram:
Bené do Arraial (PTB), Dilmo Santiago (PSB), Ditão (PSD), Korea da Farmária (PTB), Léo da Ceia (PSC), Marcos Aurora (PSC), Miguel Ballejo (PP) e Nilsão (PSD)
Não disputaram: Paulinho Tôa Tôa, Bené (PMDB) e Danilo Suprilar (PMDB)
Mais votados desde 1992
2016 - Van Van do Arraial (PMDB): 2.250
2012 - Paulinho Tôa Tôa (PTB): 1.706
2008 - Manezinho (PHS): 1.603
2004 - Pastor Erivaldo (PSB): 977
2000 - Beto Axé Moi (PFL): 874
1996 - Cido (PFL): 677
1992 - Cido (PFL): 358