Doação de sangue tem redução de 50% no Hemoba

 

Doadores de Porto Seguro continuam tendo que ir até Eunápolis para coleta de sangue

Com a pandemia, a captação de bolsas de sangue pelo Hemoba Regional, localizado em Eunápolis, teve uma queda considerável. Diante da suspensão da coleta regular em Porto Seguro, determinada pelo Hemocentro em Salvador desde março de 2020, cresceram ainda mais os desafios de quem precisa receber e de quem deseja doar sangue. Os doadores precisam se deslocar de um município ao outro. Apesar disso, as doações não podem parar.

Segundo Patrícia de Araújo, enfermeira responsável pelo serviço no Hemoba (Fundação de Hematologia e Hemoterapia da Bahia), o estoque de bolsas está baixo. E tem muita gente precisando. “Possuímos uma média instalada de 600 coletas mensais. Nesse período, tivemos uma queda de 50 %, devido à pandemia e ao período em que as pessoas viajam”, diz. A enfermeira afirma que o Hemoba Regional está sempre convocando os doadores, com o intuito de conscientizar sobre a importância da doação de sangue em qualquer período. “Ressalto o fato de que atendemos vários hospitais dos oito municípios na região”.

Não há previsão de retorno da coleta em Porto Seguro, enquanto não houver autorização do Hemocentro em Salvador. “Temos saudades das coletas em Porto Seguro. Os doadores são fidelizados”, afirma Patrícia. Ela destaca que doar sangue é uma necessidade diária e que não deve sofrer interrupção. “Hoje alguém precisa. Amanhã, você ou eu podemos precisar”, diz.

A coleta agendada através do telefone (73) 3261-1845 ou e-mail: horamarcada@hemoba.ba.gov.br, para evitar aglomerações. Em média, a unidade consegue atender até 40 doadores por dia. A enfermeira responsável explica que a Anvisa estabeleceu 48 horas de intervalo para que doadores vacinados pela Coronavac possam doar sangue. E para os vacinados com a Astrazeneca/Oxford, sete dias de intervalo.

 

Exemplo para qualquer idade

 

Ao completar 16 anos, a adolescente Laura Gomes, que mora em Eunápolis, realizou um sonho. “Desde pequenininha, tenho vontade de ajudar as pessoas de alguma forma. E meu pai sempre me falou de doação de sangue, já que ele trabalha no Hemocentro. Fui me encantando por esse ato. Assim que completei 16 anos, decidi que meu melhor presente seria a doação de sangue porque, além de me sentir bem, eu estaria ajudando uma pessoa que estaria precisando desse sangue”, conta. O pai, José Carlos Gomes, também é doador fidelizado.

Para doar, é necessário seguir condições básicas, como estar alimentado, descansado, em boas condições de saúde, não ingerir bebida alcoólica nas últimas 12 horas; não fumar por pelo menos duas horas. Os doadores devem pesar acima de 50 kg; levar documento original com foto, emitido por órgão oficial e válido em todo o território nacional; ter entre 16 e 69 anos de idade (menores de 18 devem estar acompanhados por um responsável legal); pessoas com mais de 60 anos só poderão doar caso já tenham realizado uma doação antes dessa idade. Uma bolsa de sangue pode salvar até quatro pessoas.