Passeata marca o Dia da Luta Antimanicomial em Porto Seguro


Em 18/05/17, ruas do centro de Porto Seguro foram palco de uma passeata como parte da mobilização no Dia da Luta Antimanicomial, em defesa da vida e respeito as pessoas portadoras de transtorno mental. Ao longo do percurso, os participantes ergueram faixas e cartazes contendo mensagens de incentivo a inclusão social dos portadores de sofrimentos emocionais, alertando sobre a importância de promover o rompimento do preconceito e a valorização a liberdade.
A caminhada foi uma iniciativa da prefeitura, juntamente com a Secretaria de Saúde e os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e teve a participação de estudantes das escolas municipais, profissionais da saúde mental, pacientes e sociedade civil.
Sensibilização através da arte cênica
Por meio do teatro, profissionais do CAPS tentaram reproduzir a realidade dos maus tratos que os pacientes vivenciavam na década de 80, confinados nos manicômios. A encenação chamou a atenção dos comerciantes e turistas, que observaram atentos o sofrimento psicológico de homens e mulheres que recebiam eletrochoques e excesso de medicação. O fechamento da peça teatral, com a soltura dos pacientes, exibiu a extinção dos manicômios por meio da reforma psiquiátrica, implantando um novo modelo de assistência em saúde mental no Brasil, estruturado nos CAPS, possibilitando o cuidado humanizado e integral dos usuários.
O Movimento Antimanicomial surgiu a partir da manifestação pelos direitos das pessoas com sofrimento mental à liberdade, a viver em sociedade e a receber cuidados e tratamento como cidadão, sem encarceramento em hospitais psiquiátricos. Os portadores de transtorno mental merecem receber tratamento público de saúde digno e integral. A proposta é que eles tenham o resgate da auto estima.
Atualmente, Porto Seguro atende 2.800 pessoas que recebem tratamento no Sistema Único de Saúde, nas três unidades do Centro de Assistência Psicossocial. As condições da saúde mental no Brasil evoluíram, mas ainda há muito o que melhorar para que os pacientes não sejam excluídos do convívio social.