Editorial edição 424

Publicado na edição 424 do Jornal do Sol 

De feriado em feriado, Porto Seguro vai retomando sua rotina de destino turístico badalado e apreciado por visitantes do Brasil inteiro. Até demais, para uma época em que a pandemia ainda não acabou e as pessoas ainda deveriam estar atentas aos cuidados com a saúde delas próprias e dos outros. A cada final de semana e feriado, turistas se aglomeram nas praias, bares e restaurantes, como se não houvesse amanhã. E que não seja um amanhã de retrocesso e volta aos tempos sombrios de isolamento e reclusão.

Entre os políticos, a guerra pelos votos está declarada, alheia aos protocolos de saúde e aos cuidados para evitar a disseminação do vírus. As aglomerações se iniciaram com as convenções, quando os candidatos começam a mostrar seu vigor e se avoluma na contagem regressiva para o grande dia. Caminhadas e encontros são realizados diariamente, reunindo grande número de pessoas. Todo mundo se encostando e até se abraçando, sem máscaras ou qualquer tipo de proteção contra a Covid. Vale tudo na grande caça aos votos, que ainda vai se arrastar por cerca de um mês.

As eleições deste ano, que correram o risco de nem acontecerem, serão diferentes de tudo o que já se viu na história. A começar pela mudança de data, do início de outubro para 15 de novembro. E em outros aspectos também, como na antecipação do horário em uma hora, das 8 para as 7 da manhã, com o intuito de priorizar os idosos, até às 10 horas. Também não haverá biometria, para reduzir os riscos de contaminação, já que os equipamentos não podem ser higienizados com álcool. Recomenda-se que cada um leve a sua caneta, use máscaras e não leve crianças para os locais de votação.

Segundo o alerta da Justiça, quem não seguir os protocolos, poderá perder o direito de votar. Será que os eleitores e candidatos mais afoitos irão respeitar? O fato é que apesar de todas as transformações impostas pelo momento, alguns aspectos das eleições não se alteram, como a ânsia dos candidatos pelos votos e a paixão de eleitores e correligionários por seus escolhidos. Um exercício até saudável da democracia, não fossem os instrumentos, nem sempre louváveis, usados pelos personagens de mais um capítulo dessa novela histórica chamada eleições.