Editorial edição 426

Publicado na edição 426 do Jornal do Sol

Chegamos ao fim de um ano que parecia não terminar jamais.  A pandemia do Coronavírus, que chegou dilacerando a economia mundial e abalando a saúde mental das pessoas pelos quatro cantos do planeta, ainda não tem data para acabar. São nove meses de desafios, novos paradigmas, mortes e também renascimento e conquistas.

O inimaginável aconteceu por detrás da telas dos computadores. Aulas virtuais, festas das padroeiras, N. Srª d´Ajuda e N. Srª da Pena, lives sobre os mais variadas assuntos, e agora, no final do ano, até a diplomação dos prefeitos e vereadores da Costa do Descobrimento aconteceram diante do olhar impassível das câmeras.

Por sorte, sabedoria ou mero acaso do destino, houve também quem conseguiu avançar. Seja nas finanças, no relacionamento mais próximo com a família, na oportunidade de adquirir novos aprendizados, na valorização das coisas - por mais simples que sejam, que realmente importam nessa vida.

São tempos difíceis, em que todos, sem distinção, foram lançados no mesmo mar revolto, ainda que alguns tenham posse de melhores embarcações. Foi um tempo também que fez brotar a solidariedade, sobretudo no início da pandemia, quando cestas básicas até viraram modelo de produto, oferecido aos montes pelos supermercados da cidade. Outras iniciativas serviram para amenizar a fome e o sofrimento daqueles que já não tinham, ou que perderam tudo.

Como se não bastasse os desafios impostos por um inimigo perigoso, invisível e desconhecido, o cenário foi ainda mais anuviado por aqueles que colocam a política acima de tudo, da ciência, do bom senso, da realidade gritante. Aí questões objetivas como uso de máscaras e de medicamentos, distanciamento social e vacinação passam a ser relativas, dependendo de qual político defendeu ou criticou a medida.

Com a ajuda dos bons e apesar dos maus políticos, a vida ainda é o bem mais precioso que devemos cultivar. Ao completar 29 anos de existência, o Jornal do Sol continua se juntando a nossos leitores, colaboradores, anunciantes e apoiadores em defesa da vida, da alegria, da honestidade, do jornalismo responsável, da esperança em dias melhores. Por tantas graças e tantos companheiros fiéis nessa jornada, só nos resta agradecer.