Inspirar a Educação Brasileira. É com essa premissa que a Escola Coqueiral e o educador José Pacheco realizaram, entre os dias 17 a 19 de janeiro, a ARCA - 1ª Encontro das escolas Transformadoras do Brasil. O evento aconteceu em Caraíva, distrito de Porto Seguro, no extremo-sul baiano.
Ao todo, o encontro recebeu mais de 250 inscrições e, em uma iniciativa pioneira, levou reflexões e aprofundamento ao tema das Escolas Transformadoras, que contou com escolas e espaços participantes de todo o Brasil. Espaço Samambaia (BA), Escola Xandó Caraíva (BA), Escola Pachamama (RS), Jangada Escola (RJ), Escola Municipal de Caraíva (BA), Escola Almar (BA), Comunidade de Aprendizagem da Escola Floresta (RS), Escola da Árvore (DF) e Reinventando a Escola (SC) foram os convidados dessa edição.
Trabalho
Para entender um pouco sobre o trabalho relacionado à pedagogia transformadora vivenciado nas comunidades de aprendizagem, a gestora da Escola Coqueiral, Fernanda Alvarenga explica que os espaços educativos que tem como fundamento a prática a partir do interesse genuíno por algo e pelos vínculos afetivos.
“É uma nova construção social da escola brasileira a partir da prática da Educação Viva, Humanizada, Transformadora e do Meio Ambiente. Na educação transformadora, a criança é protagonista, juntamente com a família, educadores e comunidade”, revelou.
Entre vivências, rodas de conversa, bate-papos e atividades lúdicas, o encontro traçou um panorama sobre a base educacional brasileira e ouviu gestores e educadores das escolas públicas, terceiro setor e escolas apoiadoras, que puderam revelar as suas experiências como agentes das escolas transformadoras. Anseios, medos e questionamentos sobre a aplicação prática do método foram as questões presentes durante o evento, que aconteceu na sede da Escola Coqueiral, além da Oca Tururim e Praça da Igreja de Caraíva.
Ideias
Flávia Soares faz parte de uma escola pública de Arraial d’Ajuda, outro distrito de Porto Seguro, e disse que muitas das ideias aqui podem ser incluídas no conteúdo da escola. “Entendi que as propostas são diferentes, mas os anseios são os mesmos, isso nos unem. As propostas e o vínculo são os desafios mais cortantes em ambos os métodos”, enfatizou.
“Já foi há tanto tempo o processo de colonização no Brasil, mas nossas escolas seguem colonizadas. É preciso ocupar a educação, com a nossa forma de educar e reatar a escola à nossa vida. Não temos ainda a nossa escola, precisamos ter uma escola, uma educação que tenha a nossa cara e reinventar a nossa escola, do nosso jeito. E como conseguimos isso? Por meio de turmas-piloto e de protótipos de inovação”, ressaltou Bruno Emílio Moraes, da Escola da Floresta, que ainda salientou que não é um caminho fácil, mas realizável.
Para a fundadora da Associação Despertar Trancoso, Kelly Paduin, o evento foi muito forte e estava introspectiva e inquieta em relação ao futuro. “Mesmo sabendo que essa educação transformadora ainda chega para poucos, saio daqui conseguindo respirar e entender que é um passo de cada vez e que estamos vendo acontecer. Pela primeira vez entendo realmente que isso é possível. Esta forma de olhar individualmente para cada criança, cada ser, é que o Despertar faz desde o início e que foi muito incompreendida. Esta educação - que, para mim, não tinha nome - é possível e agora mais ainda, tendo uma rede de apoio, fortalecimento e conexão”, declarou.
Foto: Léo Barreto - Escola Coqueiral
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