No dia 28 de novembro, o Governo Brasileiro anunciou a limitação de movimentação e empenho, conhecido como contingenciamento, de R$ 244 milhões das despesas das universidades e institutos de ensino federais. O documento foi enviado por volta das 16h30, durante o jogo da seleção brasileira na Copa do Mundo e tem como intuito cumprir com a regra do teto de gastos. O aporte seria usado para o pagamento de despesas como contas de luz e de água, bolsas de estudo e pagamento de empregados terceirizados.
De acordo com a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes)o valor contingenciado praticamente inviabiliza as finanças de todas as instituições no País.
Incerteza
A incerteza tanto para estudantes, quanto para universidades é grande. Segundo a Reitora da UFSB, Joana Angélica Guimarães da Luz, ‘o vai e vem’ do MEC e a falta de notícias tem deixado todos perdidos.
“Eles fizeram um bloqueio, voltaram atrás e no mesmo dia cerca de 2h depois fizeram novo bloqueio, dessa vez pior que a anterior, estamos negociando para ver se eles retornam novamente os aportes. A situação de todas as universidades é de calamidade, nós não temos dinheiro para pagar absolutamente nada, desde bolsas dos estudantes até luz, água ou qualquer outro compromisso financeiro”, declarou.
A mestranda Izabella Nunes também está receosa com o que tem sido feito com as verbas destinadas à Educação. Após ser a primeira colocada no mestrado que começará em 2023, o anúncio do corte de verbas pode por fim a um sonho, semeado com tanto carinho e dedicação.
“Não sabemos direito como será a questão de moradias, de pagamento de auxílios, entre outras situações do cotidiano acadêmico. Minha família mora aqui na Bahia e irei fazer o curso em São Carlos, interior de São Paulo. Não tenho condições de me sustentar e mesmo com a ajuda da família são diversos os gastos para me manter”, ressalta, explicando ainda que outros cursos sofrerão ainda mais com a falta de materiais para pesquisa como as áreas de ciência e tecnologia, além das verbas para as despesas essenciais tais como luz, água, e serviços terceirizados.
Em nota, o MEC disse que "recebeu a notificação do Ministério da Economia a respeito dos bloqueios orçamentários realizados". Acrescentou ainda que mantinha as tratativas junto ao Ministério da Economia e à Casa Civil para avaliar alternativas e buscar soluções para enfrentar a situação.
Foto: Reprodução
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