Publicado na ed. 417 do Jornal do Sol
Sim, esse é um tópico bastante polêmico. Mas acho muito relevante abordarmos o assunto, já que esse embate se dá em vários setores, e na moda não seria diferente. As queixas estão por todos os lados, afinal, quem gostaria de ver seu trabalho duro sendo apropriado por outra pessoa? Acho que ninguém que se dedique à criação, gastando seu tempo e dinheiro, lidaria bem com isso.
Bom, quero deixar claro que é muito saudável nos inspirarmos em algo ou alguém, observarmos alguns pontos e levarmos isso para nossa realidade. Referências são muito bem vindas e trazem luz às nossas idéias, para daí criarmos algo próprio, com nossa cara e DNA. Pode haver criação com inspiração, pois ali acharemos nossa essência e fará todo sentido para outras pessoas e para o mercado. Já na cópia não encontramos isso. Cópia é plágio, é roubar a idéia tão genuinamente elaborada por outra pessoa e assinarmos como nossa, tal e qual como o verdadeiro criador fez.
E aí meus caros é que se encontra o X da questão. Existe uma linha muito tênue entre o “se inspirar e o copiar”. Principalmente nesse mundo moderno e absurdamente digital. As informações chegam cada vez mais rápidas e em maior quantidade, e é muito mais cômodo aderir a uma ideia pré-existente do que criá-la propriamente dizendo.
Acho muito difícil resolver esse embate, mas também acho que existem algumas ações que podem ser tomadas, afim de que as pessoas busquem inspiração e criatividade: Invista em conhecimento! Faça cursos, existe um leque de opções no mercado, inclusive gratuitos! Procure se aprofundar naquilo que deseja executar, estude, pesquise. Saia da sua zona de conforto. Pense fora da casinha, não tenha medo de criar, inovar.
Às vezes, tudo o que precisamos é não seguir padrões e seguir nossos instintos. Visite lugares que nunca visitou, conheça pessoas, tenha outras experiências. Às vezes uma ida ao bairro vizinho te rende muita surpresa! Inspiração a gente vê em tudo! Nas pessoas pelas ruas, pontos de ônibus, shoppings... Basta abrir os olhos e a cabeça. Foque no seu objetivo! “Quando a gente não sabe para onde vai, qualquer caminho serve.” Se direcionamos nossa caminhada e miramos naquilo que desejamos, fica mais fácil encontrarmos inspiração para traçarmos nosso próprio caminho.
Ser autêntico é acima de tudo uma questão de honra e princípios. É entender que por traz daquela criação há trabalho duro, investimento, talento e essência. Essência é algo que jamais poderá ser copiado, pois fora do contexto em que determinada coisa foi criada, não terá sentido algum. Inspiremos-nos nas boas atitudes, nas belas coisas e nas pessoas interessantes que conhecemos, mas, em nenhuma hipótese, copiemos. Isso é cafona, démodé e em muitos casos, crime.
Mariana Guerra é mineira que mora na Bahia e consultora de imagem