O tradicional bloco Ladeira Abaixo traz o seu "Lembranças que dão Saudade" e relembra 42 figuras importantes do Arraial d’Ajuda. Entre eles, Beto da Farmácia, o primeiro médico; dona Lucília das Cocadas, que mesmo com 80 anos continuava a vender suas cocadas na praia; dosi dos fundadores do bloco, Mário Português e Jaime Cheiro Verde; o mestre Ari Sobral; Idê, uma gari inesquecível; dona Antônia, benzedeira; Kiko Valenzuela artista plástico; Fernanda Fernandes a musa dos blocos do Arraial; Marquinhos Manguti, que amava Carnaval; são alguns dos nomes saudados e saudosos do carnaval do Ladeira Abaixo.
História
Em 2010 nascia o bloco. A primeira intenção era sair depois do meio dia, descer a Ladeira da Santa e acabar em um banho de mar na praia dos pescadores, daí surgiu o nome do Bloco Grêmio Recreativo Ladeira Abaixo, conforme explica a presidente do bloco, Aurea Catarina Rivera.
“Saímos o primeiro ano e chegamos à conclusão que era humanamente impossível beber, e descer a Ladeira com o sol queimando os neurônios. Resolvemos então que íamos mudar descendo então a Ladeira do Mucugê. A coisa piorou porque era ainda mais inclinada, e chegamos na praia, mortos. Estavamos em um grupo de cerca de 200 pessoas. No outro ano trocamos o local da folia para a Rua do Mucugê, mas o sol ainda castigava. No quarto ano, a troca para o sábado de Carnaval à noite, agradou tanto que continuamos até hoje”, explica.
O Ladeira Abaixo arrasta aproximadamente 3.500 foliões na maior harmonia do sábado de Carnaval. A concentração acontece em frente ao Gonguê, às 20h, segue pela rua Mucugê até o Shopping d’Ajuda, voltando ao ponto de partida.
“Para participar só cobramos do folião sua alegria e paz. Não vendemos abada nem cerveja, cada folião faz sua fantasia e vem com a família. Nossos custos são bancados por 15 empresários que pagam 300 reais para colocar o bloco na rua”, revela Aurea.
O bloco desfila com a Charanga Santa Rita, tocando marchinhas e um MiniTrio com Karine Ramos e Banda, embalado pelo Axé das antigas. “Esse ano as pessoas estão famintas de festa, acho que a energia vai dobrar e vai ser um dos melhores carnavais, é o Carnaval dos sobreviventes literalmente. Eu mesma peguei Covid 6 vezes e estou aqui com 72 anos comandando o bloco. O mote do bloco é ‘E se você não for, só você não vai!’, então não perca nossa folia”, convida.
Fotos: arquivo Jornal do Sol
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