Uma importante iniciativa vem promovendo a revitalização da vegetação de uma parte do Parque Central no Arraial d’Ajuda. A área, que possui 30.000 m², sempre foi conhecida como Bosque da Polícia Federal e fica numa região que faz a ligação entre diversos bairros do distrito e do Centro, servindo de passagem para grande maioria dos moradores. É um lugar de relevante importância histórica e ecológica, onde já foi o Campo de Aviação, podendo ser até considerado um dos berços da avião brasileira, e onde contém um maciço florestal urbano com árvores exóticas e espécies nativas da Mata Atlântica.
O projeto de recuperação da vegetação foi escrito em 2019 por profissionais da área de meio ambiente. A iniciativa é da Associação Socioambiental Verdejar d’Ajuda com parceria da Sociedade Amigos de Arraial d’Ajuda (SAA), Associação Beneficente de Arraial d’Ajuda (ABAA), sociedade civil e prefeitura. De acordo com Cristina Branco, bióloga e presidente da Associação Socioambiental Verdejar, o objetivo veio diante da acelerada expansão urbana e recorrente supressão da sua vegetação nativa. E, considerando a atuação do Parque Central como possível refúgio de fauna e flora, da qualidade do ar e dos lençóis freáticos, lazer da comunidade, contemplação à natureza, educação e manutenção da qualidade de vida.
O objetivo é também promover uma conexão da comunidade com esse ambiente natural e urbano e sua importância ecológica e histórica. A primeira parte da revitalização teve início em agosto de 2019 e durou um ano. “Diversos profissionais, instituições e voluntários participaram de atividades de plantio de mudas nativas da Mata Atlântica, mutirões de retirada de lixo da área, de regas e outros cuidados. Muitos moradores que por ali passavam paravam para saber sobre as ações e às vezes contribuíam”, afirma a bióloga. Em maio de 2020, sete pessoas realizaram o plantio de mais 15 mudas. De setembro para cá, a comunidade tem plantado mudas no parque, principalmente frutíferas, além de cuidar da manutenção e limpeza.
Participação comunitária
O envolvimento da população e a educação ambiental foram grandes conquistas, de acordo com Cristina. “Campanhas de doações, rifas e jantar beneficente foram realizados para levantar recursos para a revitalização e ainda estamos abertos a doações”. A visão da associação é plantar um milhão de árvores, construir um centro socioambiental e realizar projetos transdiciplinares em arte, tecnologia, ciência e natureza.
A bióloga afirma que, dentre os resultados do trabalho desenvolvido, destacam-se o levantamento de 40 espécies arbóreas preexistentes da área, o plantio de mais de 600 mudas de espécies nativas da Mata Atlântica e o envolvimento de crianças e adultos em todas essas ações. “Atualmente, o projeto pode ser considerado um piloto de um futuro parque deslumbrante”, diz.
Mas, segundo conta, a pandemia, os recursos escassos, a dificuldade com o envolvimento do poder público na área e o fogo - muitas vezes provocado pelas pequenas queimadas de poda ou lixo que se alastram pelo parque - põem em risco a manutenção das espécies plantadas. Daqui para frente, o trabalho visa à manutenção das mudas, prevenção e controle de incêndios.
Mais informações sobre a Associação Socioambiental Verdejar d’Ajuda pelo site www.verdejardajuda.org ou WhatsApp (73) 99853-7329.
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