Publicado na ed. 403 do Jornal do Sol
Os presentes dos Reis Magos,
Para Jesus, recém-nascido,
Eram ouro, mirra e incenso
Mas geraram grave evento.
Não eram roupa, perfume e alimento,
Mas a chegada de um Rei diferente
Que propunha uma nova aliança
Para realizar a verdadeira mudança.
O rei Erodes que não a queria
Perseguiu Jesus que,
porém se salvou,
Pela esperteza de José e Maria.
Hoje também rolam presentes,
Para acabar com todo o dinheiro
Do povo, para que, inconsciente,
Continue ficando sem nada, por inteiro.
A gente sabe que povo faminto
Gritar não consegue,
Para sair do infame recinto
Da política suja, da desocupação.
Reivindicar não pode paz e educação.
Só resta-lhe engolir a corrupção
Daqueles que dizem com ela acabar.
Tem que assumir de Maria a esperteza,
Fugir das mentiras, criar a defesa,
Sem armas, criar ambiente de colaboração.
Trocar presente, não enriquece;
Fica tudo como antes estava:
Ninguém cresce; não acrescenta.
Precisa ideias forjar, propostas trocar,
Buscar saídas, com a fé que alimenta.
Natal feliz, próspero ano novo,
Nada custa dizer.
Mas para o bem do povo,
Nós mesmos devemos fazer
A mudança que queremos acontecer.
Tomar as ruas, ocupar as praças,
Voltar à luta, exigir, com raça,
Sem esperar que o governo o faça,
Pois a igualdade, a paz, o direito,
Só se conquistam lutando.
Acreditem, não tem outro jeito.
Entretanto se diz:
Seja feliz!
Antonio Tamarri é professor de História e Teologia