Pandemias e candidatos

Publicado da edição 422 do Jornal do Sol

Todos os médicos infectologistas, a tempo conheciam o coronavírus, mas não o tomaram a sério, não fizeram pesquisas, não procuraram a vacina, mesmo conhecendo a periculosidade. Quando começou a se espalhar naquela forma tão repentina e generalizada, começaram a se ocupar, mas era tarde demais: ficou confirmada uma verdadeira pandemia mundial. Quem quis ignorar a gravidade desta epidemia, apanhou feio, foi culpado pela morte de muitas pessoas, deveria ser punido, mas será bem difícil que isso possa acontecer. Entretanto os mais frágeis, idosos, desabrigados, as pessoas com imunidade fraca continuam morrendo.

Atitude dos irresponsáveis

Apesar da gravidade da situação, existem políticos, governantes, empresários que ainda insistem em menosprezar a gravidade da situação e muitas outras pessoas, sem responsabilidade nem consciência, seguem os maus exemplos deles, aumentando o perigo de contaminação, não apenas deles, mas dos outros. Pior de tudo quando se descobrem roubos de equipamento.

Semelhanças inacreditáveis

Estamos no ano das eleições municipais, pré-candidatos e candidatos começam a se movimentar, os partidos, ainda na surdina, estão a procura de apoiadores, programas, esbanjando promessas, projetos, e sobretudo, favores. Será adiada a data das eleições. Talvez surjam mais regras, orientações e disposições para garantir que o pleito se realize na maior transparência e legalidade formal. Mas o essencial pode ainda ser esquecido: trata-se da formação do eleitor. Fundamental é não fazer o erro que foi feito no combate ao Covid-19, procurar a vacina depois que a epidemia se espalhou; tentar tirar o prefeito/a empossados ou dizer que votará neles.

Nas eleições, conheça o candidato antes

Neste momento, no Brasil e em muito outros paises, temos governantes que literalmente “traíram as promessas”. Nas campanhas, prometiam acabar com a corrupção, promover a justiça e a democracia, acabar com as diferencias sociais, o desmatamento desenfreado, a falta de saneamento básico, melhorar a educação e a formação dos alunos... No governo fizeram o contrário. Como foi possível isto? Porque o eleitor não foi atrás do conhecimento do candidato, e sim, das promessas de campanha.

A vida do candidato é a melhor propaganda

A vida de um município, na maior parte dos casos, depende muito do prefeito porque é ele que administra. Quero dizer, depende dele e da Câmara dos Vereadores, a justa administração dos recursos. Mas depende do povo, a fiscalização dos eleitos, da participação deles na aprovação dos programas e projetos. Povo que não participa é povo explorado e muitas vezes a participação não é suficiente, pois o servidor corrupto, ganancioso, conhece mil e uma maneiras de ludibriar a fiscalização e governar com a corrupção. Única maneira para se prevenir é conhecer a fundo a vida do pré-candidato. Se tiver vida dúbia, atitudes gananciosas, sede de poder e não de serviço, deve ser barrado. Até a família e parentes devem ser tomados em consideração.

Ninguém consegue prever o estrago que o coronavírus vai fazer no mundo, mas todos sabemos muito bem o estrago que um prefeito corrupto faz  num município.


Antônio Tamarri é professor de História e Teologia