Começaram as apresentações de candidatos para as próximas eleições municipais. Muito bem, teremos tempo suficiente para estudar, avaliar, discutir os programas, as propostas, o histórico dos candidatos, para termos uma eleição consciente. Para isso, é preciso que todos “se candidatem ao diálogo”. Que tal fazer neste nosso jornal uma troca contínua de ideias e propostas, começando, com uma proposta que os “políticos” populistas não gostam, pois não “aparece”, mas é fundamental. Votarei em quem se compromete em tirar o mau cheiro do município
Uma cidade da fama de Porto Seguro, com praias lindas e famosas, clima ameno permitindo banhos de mar o ano todo, não combina com o nojento mau cheiro do esgoto vazando, o fedor de descarga de cozinha se espalhando, bueiros abertos perigosos, inclusive nas proximidade da Passarela do Álcool, na frente de centros comerciais, nas ruas principais, perto de posto de saúde; para não falar nos rios, lamaçais e em diversas praias.
Isto é uma vergonha. Falando mais concretamente, é uma perda de turista, um desconforto para quem mora ou vem à nossa cidade, um convite ao descaso, um costume ao relaxamento, que cria o vício e a desculpa para o cidadão não cuidar do lixo, da poluição bacteriológica, sonora e visual. Os administradores de Poro Seguro que não cuidam de eliminar o mau cheiro não merecem ser escolhidos como autoridades; eles são piratas, ladrões, aventureiros que só procuram aproveitar e explorar esta nossa cidade e região.
Chega de palavras abstratas; chega das promessas genéricas, tais como: vou melhorar a saúde, educação, segurança, turismo. Candidato sério que quer, de verdade, lançar programa de campanha, deve propor e programar atos e reformas concretas, específicas, possíveis pelo orçamento proposto por lei e previsões reais; deve apresentar pelo menos seis itens essenciais que comprovem a viabilidade do projeto que levar adiante.
Deve colocar nos “santinhos” (coisa ridícula de quem considera os eleitores desprovidos de memória; gastos inúteis!), nos panfletos, além da foto, do histórico da própria vida social e cultural e política ficha limpa, mas sobretudo, nos comícios e reuniões de partidos, estes itens e não “gritar, feito louco” com promessas vazias e críticas aos adversários. Eis os itens: o que planeja fazer; quando vai fazer; quanto vai custar; quem vai fazer; como vai executar; onde vai começar.
A conversa “se for eleito, farei” já é despreparo e dúvida. Quem se apresentar desta forma não merece crédito. Candidato que se preza deve estar preparado, deve elaborar antes os projetos, ter prontos os colaboradores, os planos de execução e apresentá-los ao povo. Chega de votação sobre promessas falsas, exageradas e sem fundamento. Se ele não for eleito, o trabalho feito pode servir para outro candidato, ou para exercer outras funções, secretários ou assessor, pois se candidatar para cargos públicos é para servir à população, antes, durante e depois das eleições. Se não tiver esta disposição ao serviço público e apenas agir em função de ser eleito, não merece mesmo ser eleito.
Cada candidato deve não só ser “ficha limpa” ele mesmo; mas torna-se fundamental conhecer o histórico da vida dele, da família e parentesco, das posse dele, não apenas nos bancos, mas o patrimônio; ver se está tudo limpo, registrado e se funciona segundo as leis. Quem está na suspeita de “sujeira” na própria casa, não será “limpo” na administração pública. Vamos verificar.
Antônio Tamarri é professor de História e Teologia