Zoonoses registra 49 ocorrências com animais peçonhentos no 1º semestre

Cercada de matas, além da beleza que lhe é peculiar, uma grande lista de animais de incontáveis espécies compõe a fauna de Porto Seguro. Dentre estes, animais que vivem na mata nem sempre são bem-vindos ao ambiente doméstico, como as cobras e outros animais peçonhentos. Na cidade, especialmente em bairros da orla, as ocorrências desses bichos são quase que diárias.

A Unidade de Vigilância de Zoonose (UVZ) de Porto, da Secretaria Municipal de Saúde, registrou 49 ocorrências com animais peçonhentos em residências de janeiro até julho deste ano. Segundo o setor, essas ocorrências são notificações de entradas de pacientes nas unidades de saúde por ferimento. Houve uma captura de cobra e três de escorpião, ligadas a essas ocorrências.

A assistente social e corretora Rosa da Rocha Alves, moradora do bairro Mundaí, afirma que já recebeu a visita de três destes “adoráveis” animais. Duas cobras foram vistas dentro do jardim e a outra na garagem. Uma coral, uma cobra verde e uma jararacuçu. “Pedimos ajuda a uma pessoa para matar, pois a terceira cobra queria dar um bote no meu cão”. O cachorro, um husky siberiano branco, foi “salvo pelo gongo”.

Outra moradora diz que no bairro onde reside há sete anos, já apareceram quatro serpentes: duas cobras verdes e uma jararaca. “Duas delas foram encontradas por pedreiros, que acabaram matando os animais. Mas para nos socorrer com a quarta, encontrada recentemente, chamamos o Corpo de Bombeiros, que resgatou o animal”, relata. O resgate aconteceu tranquilamente de acordo com a administradora, e o melhor, segundo conta, foi ter chamado mão de obra especializada para resolver o problema. A cobra verde, encontrada pelos bombeiros no canteiro de suculentas, foi devolvida à natureza.

O que ambas as moradoras têm em comum, além de residirem na orla, próximo à Mata Atlântica e terem sido visitadas pelas serpentes é o fato de que, ao lado de suas casas, existem terrenos baldios, o que também é muito comum nesta região da cidade. “A gente tem uma infinidade de lotes vazios enormes, perto de casa e sem a menor manutenção”, diz o vizinho de uma delas, José Silveira.

Segundo a Cippa, muitas ações provocadas pelo homem ao meio ambiente acabam gerando desequilíbrio ecológico. Com a perda da habitat, esses animais acabam saindo para outras regiões da localidade em busca de alimento, como roedores e sapos.

Ao se deparar com animais peçonhentos como as cobras encontradas em casa pelas vizinhas, deve-se evitar a aproximação com o animal e buscar contato com os órgãos competentes. A Cippa informou que até 05/08/20, registrou sete ocorrências de serpentes na Costa do Descobrimento.

Dentre as dicas importantes e, muitas vezes, vitais, dadas pelas autoridades ambientais e de saúde estão, em primeiro lugar, evitar acúmulo de objetos que possam abrigar esses bichos; manter terrenos, pátios e garagens limpos e sempre chamar especialistas para fazer a captura, como bombeiros, polícia ambiental e fiscalização de meio ambiente.