O Dia de Reis ou Reisado, comemorado nesta quinta-feira dia 6 de janeiro, segundo a tradição cristã, seria aquele em que Jesus Cristo recém-nascido recebera a visita dos três Reis Magos. A data marca, para os católicos, o dia para a veneração aos Reis Magos, que a tradição surgida no século VIII converteu nos santos Melchior, Gaspar e Baltazar e encerra os festejos natalinos - sendo o dia em que são desarmados os presépios e por conseguinte são retirados todos os enfeites.
No Brasil, os festejos - tradição trazida de Portugal - acontecem desde o século XIX, em diversos locais com visitas dos foliões a casas e canções, danças e orações. Em troca, os moradores das casas visitadas oferecem comidas e prendas. A celebração dura 12 dias e vai desde 24 de dezembro (véspera do nascimento de Jesus) até o dia 6 de janeiro, data na qual os Reis Magos, guiados pela Estrela de Belém, foram ao encontro de Jesus e levaram incenso, ouro e mirra para presenteá-lo.
Companhias
Em Porto Seguro há duas companhias de Reisado: uma na Agrovila e outra em Trancoso. Segundo ator André Simião e fundador da Companhia de Reis Ária do Menino Deus, da Agrovila, a folia que realizam é um pouco diferente.
“Nós temos um Reisado mais moderno, nos moldes do teatro. Aqui realizamos apresentações em locais diferentes para toda a comunidade. Trouxemos muitos elementos dos nossos antepassados e influências do Samba de Couro, que é muito parecido com a folia, mas tem mudança nos temas e canções. No espetáculo utilizamos elementos da cultura do Sertão, fitas, estandartes, roupas e adereços além de muita cor. Ainda levamos conosco o Bumba Meu Boi, a Burrinha, o Galo da Agrovila e os personagens: Reis Magos, Maria, José, o pastor e o menino Jesus”, explica André, que tem o grupo há cinco anos e que segue os Reisados do que aprendeu na infância em Guaratinga e Imbiruçu.
Parado
Por conta da Pandemia, o grupo não realizou a apresentação nem neste, nem no ano passado. “Muitos de nossos foliões perderam o emprego na pandemia. Mas para os próximos anos, queremos nos reunir novamente e apresentar o espetáculo. Mostrar a cultura nordetina, as nuances dessa tradição que perdura e passa de geração em geração.Aa gente faz de tudo para não deixar morrer essas tradições - carros-chefe da cultura local e que ganham elementos como chapéus, o batuque, as cantorias com a exaltação a Maria e ao próprio São José, chapéus, entre outros”, completa.
Foto: Divulgação
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