Nas últimas semanas, o etarismo tem sido pauta de muitas discussões, desde que um vídeo em que três calouras de Biomedicina da Universidade Unisagrado, em Bauru/SP, viralizou. A estudantes debocharam da colega de turma Patrícia Linares, 44, por ela ser mais velha. O etarismo é a discriminação por idade contra indivíduos ou grupos etários. Quem pratica esse tipo de preconceito pode responder por injúria.
Mas o que pouca gente sabe é que a fatia dos estudantes acima dos 40 anos no ensino superior já ultrapassa 1,2 milhão em todo o país. Um incremento de 33% entre 2019 e 2021, durante a pandemia. Na contramão, a faixa etária entre 18 e 24 anos sofreu queda de quase 6% no mesmo período. Os números são dos microdados do Censo da Educação Superior 2019 analisados pela Agência Tatu.
Quem faz parte desta estatística é Rose Maria da Silva (foto). Estudante de Enfermagem e moradora de União dos Palmares/AL, ela já trabalhava na área da saúde. Aos 51 anos, decidiu percorrer a vida acadêmica. “Nunca tive a oportunidade porque minha prioridade era trabalhar para cuidar e sustentar minha família. Quando consegui, me identifiquei e a experiência está sendo a melhor possível”, afirma.
Hoje com 56 anos, está no 9º período do curso e ansiosa para a conclusão até o fim de 2023. A rotina de Rose é cansativa. Ela trabalha de dia no município vizinho de Santana do Mundaú e viaja três horas para as aulas à noite em um centro universitário particular em Maceió. “É tudo muito corrido, mas estou muito realizada. A turma me trata com carinho e me sinto acolhida”.
Com informações e foto da Agência Tatu
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