Para secretário de Meio Ambiente, maior problema é a falta de conscientização

Em alusão ao Dia Mundial do Meio Ambiente (05 de junho) em Porto Seguro, foram intensificadas as campanhas de conscientização sobre a coleta de lixo, preservação ambiental e ações pontuais, especialmente nas escolas. Em alguns pontos da cidade, como em repartições públicas, foram plantadas mudas de árvores com a participação dos fiscais de meio ambiente, alunos e voluntários.

"A participação dos alunos nas palestras e campanhas tem sido muito positiva. Precisamos reforçar a consciência não de que a coisa pública é de ninguém. Ao contrário, é de todos nós e precisa da nossa proteção", disse o secretário de Meio Ambiente, João Barbosa Góes Filho, que assumiu o cargo interinamente, em substituição a Bené Gouveia, que deixou a pasta por motivos pessoais. Segundo João Barbosa os alunos passaram a atuar como multiplicadores. Entre as espécies de compensação ambiental, foram plantados ipê amarelo, pata de vaca, quaresmeira, pau brasil, oiti e outras.

De acordo com o secretário, muitos problemas ambientais que a cidade enfrenta passam pela necessidade de conscientização popular e também pela falta de melhores condição para que sejam cumpridas as regras ambientais. “Porto Seguro é um local maravilhoso, abençoado pela natureza, em todos os aspectos. Nossos desafios são interligados ao planeta, mas precisamos de políticas públicas para que se cumpra o rigor da lei. Não que se proíba tudo, mas que se faça respeitar o que é determinado.”

Segundo João Góes, que é servidor público de carreira e já atuava como analista jurídico de Projetos Sociais, o papel da SEMA é orientar e fiscalizar. “Nossas equipes estão na rua diuturnamente, com plantões aos sábados, domingos e feriados, mas infelizmente, o ser humano ainda não tem o cuidado de se responsabilizar por aquilo que ele produz”. O secretário viu com bons olhos a iniciativa da Câmara de Vereadores na votação favorável à proibição do uso de canudos no município. “Fico feliz que o nosso Legislativo está despertando para legitimar ações que o mundo já faz. Um canudinho desse, e também a garrafinha pet, causam um estrago imenso no nosso meio ambiente, principalmente na área marítima. É uma ação muito significativa, porque o grande problema do mundo hoje é o plástico”, observa.

Lixo e invasões

Ele afirma que há uma variedade de infrações ao meio ambiente e que dentre as mais comuns, estão o descarte indevido de lixo, a pesca predatória e as invasões. “Mesmo a fiscalização intensiva não dá conta.” Queimar o lixo, segundo o secretário, é uma questão cultural. “Estamos numa região de índices pluviométricos muito altos, mas com a tendência mundial do aquecimento, essa cultura de fazer a limpeza e depois queimar o quintal, o lixo, nas fazendas ou no sítio, desencadeou o que nós vivemos aqui, quase uma tragédia”, disse ele em relação aos incêndios causados na região.

As invasões também são um problema complexo, segundo Dr. João. Ele explicou que em se tratando de área privada, requer reintegração de posse que só o juiz pode determinar. Mas se dentro dessa área há um crime ambiental, as equipes de fiscalização vão in loco, mesmo se sentindo ameaçadas, e notificam. “A coisa é de uma rapidez, se reúnem em mutirão de 20, 300, 200 pessoas, e você se pergunta: como a pessoa constrói duas casas num final de semana: É uma tática de guerrilha”, observa, lembrando que cada pessoa precisa fazer a sua parte para cuidar do seu próprio espaço e da coletividade. “O indivíduo é parte do meio ambiente e precisa entender que cada um tem que cuidar, fazer a sua parte”. O secretário salientou a importância das ações realizadas com parceiros como a Cippa, Ministério Público Federal e Estadual, ICMBio e Ibama, para a proteção do bioma.

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente está em novo endereço, à Rua das Maritacas, 74. Telefone (73) 3012-8554 e Disk Denúncias (73) 99824-6948.


Matéria publicada na edição nº 408 do Jornal do Sol e editada em 25 de junho de 2019