Por Mariana Guerra
No mês de março comemoramos o Dia Internacional da Mulher, mais precisamente no dia 8. Essa data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas) no ano de 1975, mas a luta pelas reivindicações femininas que originaram esse dia, antecede esse período. Como essa coluna trata de assuntos ligados a esse universo, achei pertinente trazer um pouco da história por detrás dessa data tão importante para todas nós.
Muitos ligam sua origem a um incêndio ocorrido numa fábrica em Nova Iorque, no ano de 1911, onde morreram carbonizados 146 trabalhadores, dentre eles, 125 mulheres. Isso trouxe à tona as péssimas condições de trabalho enfrentadas pelas mulheres na Revolução Industrial. No entanto, existem registros anteriores a essa data, que fazem referência às reivindicações de mulheres para que houvesse um registro dedicado à causa, dentro do próprio movimento dos trabalhadores.
Destaca-se em Nova Iorque mesmo uma grande passeata ocorrida alguns anos antes, em 1909, onde cerca de 15 mil mulheres marcharam para protestar contra as 16 horas diárias de trabalho, 06 dias da semana, podendo muitas vezes incluir os domingos. Nasceu aí o dia das mulheres americano. Entretanto, acontecia concomitantemente na Europa, manifestações nesse sentido também. Em agosto de 1910, a alemã Clara Zetkin propôs, em reunião da Segunda Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, a criação de uma jornada de manifestações. Nesse caso, não era por conta de uma data específica a ser dedicada às mulheres e sim para propor que houvesse um momento do movimento sindical e socialista que tratasse da causa feminina.
O primeiro dia oficial da mulher seria celebrado então, em 19 de março de 1911. Um passo à frente, já em 1917, houve um marco ainda mais considerável que viria a ser o 08 de março: um grupo de operárias saiu às ruas para se manifestar contra a fome e a Primeira Guerra Mundial, movimento que seria o pontapé inicial da Revolução Russa. Dando um salto no tempo, em 1975 a ONU - como dito acima - oficializou essa data, que ao longo dos tempos, em muitos lugares do mundo, tornou-se uma data comercial não tão lembrada pela sua real importância histórica.
Fato é, que ainda nos dias de hoje, nós mulheres continuamos nessa busca incessante por igualdade e respeito, não esquecendo que ainda há muitos problemas a serem resolvidos, como os da violência contra a mulher, do feminicídio, do aborto, e da própria diferença salarial. Esse debate veio à luz, temos muito mais voz e representatividade na atualidade, mas é muito importante nunca esquecermos de que essa luta é de cada uma de nós e não deve ser somente lembrada no dia dedicado a ela, mas também vivenciada em toda sua plenitude, em cada passo que dermos rumo a dias menos turbulentos e mais igualitários.
Mariana Guerra é empresária e consultora de imagem
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