Com a retomada das atividades de Turismo no município e a aproximação da alta temporada, a maioria dos empreendimentos em Porto Seguro e distritos começam a realizar as contratações. O problema é que a escassez de mão de obra qualificada já sinaliza os empecilhos que podem ser enfrentados durante a temporada.
Garçons, barmens, cummins, camareiras e até mesmo cargos de alto nível como administrativo e gerência, tem vagas sobrando e poucos candidatos que atingem as exigências curriculares.
A gestora em Recursos Humanos, Crislani Santos, revela que no momento estão surgindo vagas, e poucos candidatos atingem as exigências das mesmas, algumas por não ter a experiência comprovada. “Há muitas vagas em aberto. Tenho recebido pedido de diversas empresas à procura de mão de obra para seu negócio. E há dificuldade em contratar praticamente todos os tipos de empregados. Até temos pessoas com interesse nas vagas, mais muitas vezes não tem a experiência exigida, o que acaba dificultando”, ressalta.
Dica
A gestora dá a dica para quem quer ingressar no mercado de trabalho. “O trabalhador deve buscar manter o currículo sempre atualizado, bem elaborado, ter um objetivo, além de se atualizar fazendo cursos na área desejada”, revela, explicando que a falta de mão de obra também se deve à exigência das empresas em contratar pessoas com experiência comprovada. “Inclusive nosso último contrato para a região, veio de outro estado”.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Bares, Restaurantes, Hotéis, Pousadas, Condomínios Residenciais, Flat Services, Bingos, Parques Aquáticos e Similares do Extremo Sul da Bahia, José Henrique da Palma Lopes também sente esta falta da mão de obra qualificada e sinaliza que um dos motivos também pode ter sido a pandemia.
“Com a pandemia ouve muitas demissões dos trabalhadores da nossa categoria, e com o fechamento total dos hotéis, bares, restaurante e outros, muitos não tiveram alternativas e retornaram a sua cidade natal”, conta.
Dificuldade
Segundo José Henrique, cargos como cozinheira, manutenção, garçom e serviços de escritório (RH, Setor de Reserva, Administrativo) são os que estão sendo mais difíceis de encontrar. “Para auxiliar tanto empresas, quanto trabalhadores, o sindicato presta um serviço como uma espécie de ‘banco de currículos’. Para participar, o interessado vem até o sindicato com os documentos e carteira de trabalho. Se não tiver curriculum, o sindicato faz e encaminha para as empresas” salientou.
O presidente ainda ressalta que para quem quer um novo emprego, o ideal é se profissionalizar, pois o mercado precisa de mão de obra qualificada. “O ideal e aproveitar os cursos gratuitos do Sebrae, Senai, Senac e até o do próprio sindicato. Em Porto Seguro temos a Escola Brasil e Senai com cursos de qualificação e o trabalhador filiado ao Sinthotesb tem um desconto diferenciado para categoria”, enfatiza.
Gerente de A&B do Hotel Fênix e do Hotel Beach Hills em Porto Seguro, Lino Pellegrini revela que só este mês, a contratação para trabalho dento dos dois hotéis teve um aumento de 40%. “Sempre houve falta de mão de obra qualificada. Nossos hotéis ao todo tem 280 apartamentos e um grande contingente para atender os turistas. Par se ter uma ideia, no próximo mês teremos mais 8 vagas em aberto”, complementa.
Lino comenta que Porto Seguro é um destino muito querido e com grande potencial turístico, mas a falta de qualificação pode deixar a desejar alguns serviços. “Acredito que a Prefeitura deveria investir mais em cursos qualificantes voltados aos serviços oferecidos. Uma escola hoteleira que seguisse complementando o ensino médio e com estágio obrigatório poderia dar mais qualidade aos serviços de A&B e hotelaria e ao se formar, o estudante já sai com trabalho garantido. Acredito ser a melhor forma de resolver o problema de mão de obra para nosso município”, finaliza.
Outro problema para se manter a mão de obra é que diversas empresas que não querem pagar o valor adequado a funcionários, que acabam migrando para outros postos de trabalho. Segundo o site salario.com.br, uma camareira de hotel trabalhando na cidade de Porto Seguro ganha entre R$ 1.100,00 (média do piso salarial 2021 de acordos, convenções coletivas e dissídios) e o teto salarial de R$ 1.544,28, sendo que a média salarial fica em R$ 1.172,21 - pouco maior que o salário mínimo - para uma jornada de trabalho de 43 horas semanais.
Imagens: reprodução
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