Recentemente, o Jornal do Sol publicou matéria sobre a preocupação da comunidade de Santo André, em Cabrália, com a segurança pública, violência e envolvimento de jovens com drogas. Enquanto a comunidade tenta viabilizar cursos, palestras, acompanhamento de Ongs e centros de referência, aqueles que optam por abraçar uma carreira profissional e investir no desenvolvimento pessoal estão dando um show de talento.
É o caso de Moara Sacchi, que atua como modelo e dançarina em São Paulo. Ela foi à cidade visitar um amigo e acabou se encantando com a diversidade de oportunidades e de pólos de arte e cultura. Então decidiu que era lá que ela queria ficar. “Voltei para Santo André e comecei a mandar meu material para agências de moda de São Paulo. Uma me selecionou, a Oxygen Models, mas eu não tinha grana pra vir no momento.”
Moara trabalhou, então, por nove meses, juntou o dinheiro e foi para lá em maio. Teve que fazer novos testes com outros bookers. Conseguiu contrato com duas agências. Uma delas é a “Hutu Casting, da Regina Ferreira que só trabalha com modelos negros, fazendo um trabalho incrível de combate à desigualdade racial em São Paulo”.
Para a modelo, uma experiência muito especial. “Ao longo desses três meses, pude realizar diversos trabalhos, gravei o novo clipe da banda Baiana System, desfilei para o grande estilista negro e baiano Isaac Silva, na 45° Semana de Moda da Casa de Criadores, posei para algumas marcas de roupas e tive a oportunidade de apresentar espetáculos de dança em locais como o Teatro Sérgio Cardoso e o Instituto Tomio Ohtake. A jovem de 21 anos gravou ainda um comercial que será lançado em setembro.
“São trabalhos variados que sempre me trazem um aprendizado e me mostram do que eu sou capaz”. Ela ainda estuda dança na ETEC de Artes, onde tem contato com diversos artistas. “É realmente um desafio e tanto. Como tudo nessa vida, tem o lado bom e o ruim, não é nada fácil me virar sozinha para pagar as contas por aqui, pois é tudo bem caro, mas vale a pena o esforço, pois essas experiências que tenho vivido dinheiro nenhum pode pagar”.
Música para a alma
A monitora de musicalização infantil Eva de Jesus Borges, de 21 anos, conta uma experiência edificante na sua história com a música. Ela nasceu em Belmonte e mora em Santo André desde bebê. Começou a estudar música aos 10 anos de idade, quando foi matriculada no IASA pela mãe, em 2008. “Desde então não saí mais”, conta. Além de participar da Orquestra Experimental do Projeto Ambiente Musical no IASA, cursa Licenciatura em Música pela UNEB, no Campus X, em Teixeira de Freitas. Ela é também violoncelista e monitora de iniciação musical com flauta doce.
Para a promissora musicista, formada em violoncelo pelo conservatório Brasileiro de Música, “todas as apresentações tem um gostinho marcante”. Mas ela destaca suas participações com a Orquestra Experimental Ecoar Bahia, a capacitação do Neojibá, além do concerto com o Tenor Helenes Lopes e regência do Maestro Carlos Moreno. Em tom de mistério, afirma: “temos duas apresentações esse ano que, com certeza vão marcar para o resto da minha vida, mas ainda é segredo”.
Outro jovem que tem sido exemplo de determinação é Emerson Souza de Jesus, 23, natural de Itabela. Com o Ensino Médio completo, é diretor de Tecnologia e co-fundador da Uxmob, uma empresa de desenvolvimento de produtos digitais e Marketing. “Devido à crescente busca por profissionais da área de tecnologia, enxerguei uma oportunidade de trabalhar com uma coisa que eu realmente amo e, ao mesmo tempo, fazer disso a minha principal fonte de renda.”, explica.
Além disso, é membro da Rede Pense Grande, uma rede nacional de empreendedorismo formada por jovens apaixonados por desafios. Ele, que mora em Santo André desde 2010, tem três sócios. E acredita que, mesmo depois de se formar, os jovens devem continuar os estudos e buscar novas experiências e conhecimentos em áreas distintas das suas formações, “pois isso abrirá portas para encontrar boas oportunidades”.