Diretor de Porto Seguro discute acessibilidade em curta premiado

A acessibilidade é um tema que ainda tem limitações – tanto nos discursos, quanto fisicamente. E foi a partir desse mote, que o diretor Matheus Rocha criou seu curta metragem Escadas, que recebeu dois prêmios (Melhor Filme pelo Júri Técnico e Melhor Filme pelo Júri Popular) no Entretodos, Festival que apresenta filmes onde a discussão são temas relacionados aos direitos humanos.

Matheus tem 24 anos, é cidadão portossegurense e cadeirante desde 2013, quando sofreu um acidente no Canadá.  Estudante de Comunicação – Produção Cultural da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e formado em cursos de Cinema e Roteiro, possui outros trabalhos premiados. Ele comenta que Escadas surgiu no fim do ano passado. “Eu já tinha participado de alguns curtas e fiz cursos de roteiros com nomes importantes do cinema nacional. Já tinha vivido muita coisa e também escrito muita coisa, nada publicado ainda. Então quando veio a ideia foi muito rápido. Em dois dias eu escrevi o roteiro, que logo passou por uma consultoria através do LabCines, e em menos de duas semanas estávamos filmando com uma galera super massa da Segredo Filmes e Me2 Produções e apoiado financeiramente pela Portotec Contabilidade” revela. 

O cineasta explica que é muito gratificante ser reconhecido por um trabalho realizado. “É o sonho de qualquer profissional. Eu sabia do potencial da história, mas foi uma surpresa pois tivemos um orçamento bastante baixo e foi filmado em plena pandemia. Mas que deu tudo certo. As pessoas assistiram e estão gostando”, ressalta. 

Invisível

Para Matheus Porto Seguro ainda tem muito o que avançar no quesito acessibilidade: como transportes públicos com elevadores que não funcionam e espaços públicos sem acessibilidade. “Sem falar no Turismo Acessível, tão em moda hoje em dia, e negligenciado pelo poder público como uma fonte de renda para a cidade. Pessoas com deficiência são pessoas como todas as outras. Mas que pela falta empatia com um corpo diferente, e de acessibilidade, são invisibilizadas, de algum modo impedidas de exercerem suas funções de cidadãos capazes que somos. A nossa luta é para poder viver e trabalhar dignamente e com autonomia. A estrutura sim é deficiente”, reforça. 

Roteiro

O curta Escadas mostra em 9 minutos, o roteiro inspirado em fatos vividos por ele próprio, ao chegar para uma entrevista de emprego, mas não poder candidatar-se ao trabalho, porque não havia elevador e o pessoal do Recursos Humanos ficava num inacessível segundo pavimento. “Tinha acabado de ser pai e precisava do emprego, mas a falta de estrutura venceu”, afirma.

O filme Escadas está em cartaz no SpCinePlay, da prefeitura de São Paulo, e pode ser acessado pela plataforma Looke.


Siga o Jornal do Sol no Instagram

LEIA TAMBÉM:

Academia Dionée Alencar recebe oito prêmios em Festival

Rede de Proteção à Mulher é lançado em Cabrália

Ingressos para o Réveillon Axé Moi 2022 já estão à venda

Moara Sacchi esbanja talento em participação no clipe de Mc Criolo

Porto Seguro inspira o talento e a obra do artista mineiro Xanxão