Novo livro se propõe a desvendar o mistério da lenda da Cova da Moça

 

A história da morte de d. Josefina, que virou a lenda da Cova da Moça em Porto Seguro, ganhou mais um livro. A autora é a jornalista e historiadora Rose Marie Galvão, que se propôs a jogar luz sobre o mistério da tragédia que se abateu no Solar dos Martírios, em 1852, segundo as narrativas orais.

Mas ela afirma que, de acordo com as pesquisas que realizou, Josefina de Barros Cavalcante morreu na madrugada de 4 de outubro de 1884. E é “o mais antigo processo crime por induzimento ao suicídio que se conhece no Brasil”.

O livro “Cova da Moça - História do Crime que Virou Lenda” (Editora Mondrongo) foi lançado na terça-feira, 10/09, no campus da UNEB em Eunápolis. Em breve terá lançamento também em Porto Seguro. A obra tem prefácio do pesquisador e escritor Roberto Martins.

 

 

Rosie Marie conta que foram “anos de pesquisa em documentos oficiais, fontes primárias, relatos e narrativas”. O objetivo foi “desvendar a história real de Josephina, a ‘moça’ da Cova da Moça; e os fatos que levaram à sua morte”.

A história que se tornou lenda é tão difundida no município que virou nome de rua com um pequeno memorial. E já gerou romance, peça de teatro, documentário e outras obras.

“... História do Crime que Virou Lenda” traz à tona aspectos significativos do desenvolvimento jurídico, social e cultural de Porto Seguro e da Bahia no final do século XIX. E investiga o que levou à morte de d. Josephina em uma sociedade patriarcal.

A tragédia gerou comoção na sociedade, que se lamentou e pediu justiça. Rose Marie destaca “o censo de justiça pela morte de Josefina, dentro de uma Porto Seguro do século XIX”. No segundo momento, a autora aborda a saga do juiz Maximiano Lopes Chaves para escapar da pena de morte.

“Essa pesquisa abre novas discussões sobre o movimento na sociedade da época e mostra as nuances históricas e sociais da violência contra à mulher, que continua fazendo vítimas. É importante entender que, nessa época, a mulher era apenas - como escravos, bois e terras - propriedade do marido”.

 

 

Após o lançamento, houve o painel “O papel da historiografia brasileira e das comissões da verdade no combate ao revisionismo histórico”, com a professora doutora Virginia Fontes (UFF) e Gustavo Seferian (UFMG).

 

A jornalista e historiadora Rose Marie Galvão

Com informações de Debora do Carmo, assessoria de imprensa. Imagens: Milton Guerreiro

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