Mais de 120 mil brasileiros recorrem diariamente à hemodiálise para se manterem vivos. E muitos, para conseguir atendimento, precisam viajar dezenas de quilômetros. Como é o caso dos pacientes de Porto Seguro. Eles precisam ir para Eunápolis até três vezes por semana para fazer hemodiálise.
O que aumenta ainda mais o sofrimento de quem já está debilitado pela doença e pelo duro tratamento. A dor, o estresse e o cansaço acaba afligindo também a família e os amigos que acompanham e apoiam os pacientes. No município são cerca de 80 pessoas que realizam este traslado semanalmente, cujo transporte é oferecido pelo SUS, através do TFD (Tratamento Fora do Domicílio), núcleo da secretaria de Saúde.
A grande reivindicação é a implantação de um centro de hemodiálise em Porto Seguro. O empresário Carlos Alberto Gomes de Almeida realiza desde abril a diálise 3 vezes por semana em Eunápolis. Ele observa que “há excesso de pacientes e a prefeitura tem dificuldade no transporte destas pessoas, principalmente as com mais dificuldade financeira”.
Exames e transplante
Para se curar, o paciente precisa fazer o transplante. Para os moradores de Porto Seguro, os centros de referência da cirurgia são Salvador e Feira de Santana, que fica mais próxima. O transporte para os exames e, quando chega a vez, para a operação, também é responsabilidade do FTD. Aí, os transtornos são maiores ainda.
“Semana passada eu e um outro paciente fomos a Feira de Santana para realizar exames. A nossa ida estava marcada para às 19h e por conta de uma autorização, só pudemos sair às 22h30. Chegamos atrasados e por isso nossa volta foi às 17h. Quando o motorista nos informou que não haviam sido autorizado a abastecimento do veículo. Tivemos que pagar a gasolina da volta, que ficou em R$ 300,00”, lamenta o empresário.
A assessora da pasta de Saúde, Luciana Bittencourt, informou que verificou a informação de falta de transporte para Feira de Santana e Salvador com o núcleo do TFD e a resposta é que “temos pacientes em trânsito”. O telefone do TFD de Porto Seguro é (73) 3288-5528.
Carlos Alberto ainda revelou que por sair tarde de Feira de Santana, não conseguiu fazer a diálise marcada para o outro dia. “Acredito que existe um trabalho que não está sendo bem elaborado e a prefeitura não está sabendo administrar a vida destes pacientes renais e outros que cuidam de câncer em Salvador. Precisamos urgente de uma logística de transporte melhor”, declarou.
No papel
Durante a gestão passada foi prevista, em julho de 2020, a implantação de uma clínica de hemodiálise que seria instalada no bairro Tabapiri, com capacidade de atendimento de aproximadamente 100 pacientes/dia. Porém, a instalação, que tinha previsão de entrega para dezembro do mesmo ano, não saiu do papel.
Ainda de acordo com Carlos Alberto, a situação se complicou muito durante a pandemia. “O número de pessoas que necessitam de diálise aumentou. Precisamos o quanto antes de um centro de hemodiálise em Porto Seguro”, conclama.
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