A cultura da cerveja artesanal no Brasil tem sido muito difundida nos últimos anos e de acordo com um levantamento do site Beer Art, há ao menos uma dessas em atividade em todos os estados do Brasil. Para se ter uma ideia de como esta produção cresceu, em 2010, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) tinha o registro de 114 cervejarias. Este ano, o Brasil chegou a um total de 1.383 cervejarias. Na Bahia, a mais antiga representante registrada está localizada em Porto Seguro: a Cervejaria Arraial d’Ajuda, no distrito de mesmo nome.
Segundo a sócia-administradora da empresa, Irlane Almeida da Silva, a cervejaria existe desde 2015 e foi fundada pelo mestre cervejeiro Norberto Herreiro. “Em 2017 passou a ser sociedade limitada. Mesmo sem pontos de venda fora do distrito e apenas revendas na região, os sete tipos fazem muito sucesso entre os entusiastas da cerveja artesanal. Além disso, a Cervejaria tem rótulos inspirados e que homenageiam, cada a uma sua maneira, a cultural local de Arraial d’Ajuda e da região como um todo”, comenta.
Homenagem
Um desses exemplos é o da Caraipa, homenagem ao distrito de Caraíva. “Queríamos fazer algo tanto na cerveja quanto rótulo que representasse esse local. Para a cerveja, tentamos atingir a cor do rio Caraíva quando a maré está subindo ou descendo, que dá uma coloração meio avermelhada na água, por isso a Caraipa (que é um trocadilho com Caraíva e Ipa) ficou sendo uma Red Ale, bem lupulada e com certa turbidez do líquido. Já o rótulo veio dos murais e mosaicos produzidos pela artista plástica Duca, que se encontram em alguns locais do distrito. Duca representa de forma muito peculiar o céu estrelado, com um traço bem característico em suas pinturas, que acabaram se transformando em uma marca registrada do vilarejo”, ressalta.
A sócia administrativa conta que, apesar dos estilos variados, todas as cervejas da Cervejaria Arraial d’Ajuda são pertencentes à mesma família – as Ales -, de alta fermentação. Produzimos desde as cervejas mais leves, como a blonde ale Mucugê, a weissbier Pitinga, e a red ale Coroa Vermelha, até as mais fortes, como a sout Raiz Negra, a session ipa Arraiana Rock’n’roll, a red ipa Caraipa e a double ipa Quadrado. Entre os que gostam das cervejas mais leves, a mais pedida é a Mucugê. Para os fanáticos por lúpulo, a Caraipa tem seu público fiel”, explica.
Processo de fabricação
As etapas da produção seguem o padrão: moagem do malte, brassagem, filtração, fervura, resfriamento, fermentação, maturação, envase em barril (no caso do chope), envase em garrafa e pasteurização (somente para garrafas).
“O processo de produção em todas etapas é bem simples, desde a moagem do malte, até o envase. Para ter uma produção que atenda o nosso público, seguimos os protocolos estabelecidos pelo MAPA, para produção no estilo de Micro Cervejaria. Hoje temos 6 funcionários que são comprometidos em manter a qualidade e o estilo de nossas cervejas”, finaliza Irlane. A empresa também tem um ponto de venda na Rua Mucugê, uma kombi choperia.
Débora do Carmo
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