A Lagoa Azul, em Arraial d’Ajuda já fez parte de um dos mais belos lugares para se visitar no distrito. Porém diversos fatores levaram à degradação desse patrimônio natural, que agora vê uma nova chance de voltar a ser o que era.
Um estudo realizado pela Universidade de Campinas (Unicamp), Instituto Federal da Bahia (IFBA) e Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) comprovaram a viabilidade de se ter de volta o local como era antigamente. E a comunidade de Arraial d’Ajuda tem apoiado e se mobilizado para a revitalização.
Para tanto, foi criada uma campanha online para colher assinaturas de petição para o #SalveALagoaAzul e que pode ser assinada aqui. De acordo com o presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara de Vereadores e um dos membros ativos da campanha #SalveALagoaAzul, Vinícius Parracho, a comunidade tem ajudado muito, assinando o documento e compartilhando também.
“Arraial d’Ajuda tem se preocupado com isso e torcido pela possibilidade de trazer de volta um lugar tão rico e simbólico, principalmente para quem teve a oportunidade de conhecer o local e que atestam a sua beleza. Muitos querem o local recuperado de novo. A intenção com a criação do da unidade de conservação e da recuperação é que a gente consiga criar lá um centro socioambiental e posso trabalhar o turismo com aspecto ambiental”, finaliza.
Turismo
Para Parracho, o local é de fundamental importância para a região tanto no aspecto turístico. “Se trata de uma formação singular e rara, ainda mais à beira-mar. Isso atraiu gente do Mundo todo durante um tempo. O próprio ator Robert De Niro esteve aqui para conhecer a Lagoa. É um espaço de importância gigantesca para turismo porque se trata de um ambiente único, exclusivo, singular e que as pessoas tanto procuram pelo mundo e compõe os atrativos que o distrito tem a oferecer”, declara.
Parracho ainda ressalta o aspecto meio ambiente, principalmente por se tratar de um local com diversas espécies endêmicas da fauna e da flora. “Preservar a Lagoa Azul traz ganhos enormes para o meio ambiente, pois além das espécies só encontradas neste local, ali é um berçário de tartarugas marinhas. E onde há água, há vida”, ressalta.
O vereador explica que a Lagoa Azul é resultado de uma formação de água de chuva e de nascentes e que a degradação se deu por vários motivos: o desmatamento da parte superior e bordas das falésias desde a década de 60 a 80, quando foi retirada a mata local para o plantio de coqueiros, o que acelerou o processo de assoreamento e com uma grande quantidade de barro tem sufocado a Lagoa, além a ação do homem pisando pela região e retirando a argila branca das encostas das falésias.
Estudo
Parracho explica que através de um escaneamento do subsolo do local, verificou-se que o manancial da Lagoa continua lá soterrado no barro. “Outra informação fornecida pelo estudo é a de que se identificou também que houve uma redução significativa no volume de chuvas dos últimos anos. Ainda não sabemos se isso é definitivo ou se pode voltar a chover como antes, o que também auxilia na manutenção da Lagoa Azul. Por esses estudos preliminares, há uma grande chance de se salvar nossa lagoa”, afirma.
Agora, segundo o presidente da Comissão de Meio Ambiente, o objetivo é transformar o local em uma unidade de conservação, um espaço de preservação, pois entende que proteger a área com a Legislação vigente é insuficiente. “O nosso segundo objetivo é - após a finalização dos estudos sobre a Lagoa Azul – viabilizar e propor ao Poder Público a recuperação do local: desde o replantio nas bordas das falésias, até a retirada de excesso de barro, passando pela verificação das paredes das falésias, para não ter risco de desabamento”, relata ele, que acredita que com empenho este projeto possa se tornar realidade ainda no mandato do atual prefeito.
Para isso se tornar real, várias frentes estão sendo chamadas para se unir à campanha, como a Prefeitura de Porto Seguro, por meio da Secretaria do Meio Ambiente, a Frente Parlamentar Ambientalista do Brasil e a Conservação Internacional, além de órgãos privados e empresas.
Fotos: Acervo do Grupo de Pesquisa de Recuperação da Lagoa Azul
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