Lorena Bomfim
Que recém-nascidos demandam muitos cuidados todos sabemos. Mas você sabia que os humanos são os bebês mais indefesos do reino animal?
Calma, senta aqui que eu te explico!
Vamos falar de Exterogestação. Formulada pelo antropólogo Ashley Montagu, mas viralizada pelo pediatra Harvey Karp, essa teoria diz, que a gestação não dura apenas 9 meses e sim 12 – ainda que último trimestre aconteça fora da barriga da mãe.
Mas como isso?
Apesar de parecer devaneio, todo esse conceito tem respaldo científico e após observação do desenvolvimento fetal em várias espécies de animais, se notou que os primeiros 100 dias de um humano requer muito mais atenção do que normalmente é dada, tendo em vista que o primeiro trimestre de vida seria a extensão do desenvolvimento que começou na barriga da mãe.
O bebê nasce absolutamente dependente. Ele não enxerga, não fala, não escuta, não anda, não senta, não sustenta a cabeça, não se relaciona. Dessa forma continuará precisando ter todas as suas necessidades supridas, enquanto continuam se desenvolvendo emocionalmente e fisicamente só que agora no colo de sua mãe.
Porque isso?
O fator biológico é que bebê humano nasce antes que seu cérebro esteja preparado para o mundo, pois se caso ele ficasse mais tempo no útero, sua cabeça ficaria grande demais para passar pela pélvis da mãe, então por nascerem imaturos, são mais dependentes do que qualquer outro animal.
Trocando em miúdos bebês precisam de muito colo e conexão com suas mães, precisam do seu cheiro, continuar ouvindo as batidas do seu coração.
É importante entender que bebês não nascem condicionados a hábitos adultos. No útero o bebê tem suprimento contínuo de alimento, nunca sente sede ou fome, se mantém aquecido e sempre em contato a mãe, ao nascer, estão naturalmente programados para satisfazer a fome quando assim desejarem e não com horários programados. Mas agora precisa chorar para comunicar e toda essa sensação de segurança acaba passando várias horas do dia sozinho, sem a presença reconfortante da mãe. Assim, a intenção da exterogestação é que essa transição da gravidez para a vida desse novo ser seja o mais leve e tranquila possível.
Lorena Bomfim é doula, mãe, educadora perinatal e consultora em amamentação. Escreve sobre os diversos temas do mundo materno infantil, além de lives semanais no Instagram pelo @amadrinhar. (Foto: Reprodução)
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