
Quase oito meses após o afastamento do diretor Paulo Roberto Santos Leal da presidência da casa de apoio a idosos Doce Lar, a técnica em enfermagem e esposa de Paulo, Elane Leal decidiu vir a público denunciar o que ela chamou de “injustiça” contra a antiga direção. A Doce Lar fica na Agrovila, em Porto Seguro.
“Venho aqui, por meios dessas singelas palavras, fazer alguns esclarecimentos. Apesar de um tanto tarde, pois tínhamos orientações de nossos advogados para ficarmos em silêncio, a fim de não atrapalhar as investigações”, afirma, através de um comunicado enviado ao Jornal do Sol e publicado na seção “Trombone”.
De acordo com a técnica em enfermagem, o afastamento ocorreu “devido a denúncias forjadas e bem arquitetadas por ex-funcionários que foram demitidos por justa causa”. A determinação foi tomada em outubro de 2022, pela juíza da 1ª Vara da Fazenda Pública de Porto Seguro, Nêmora Janssen.
Segundo a juíza, sua decisão se deu “por conta do risco à integridade física, psicológica e até de vida dos idosos”. A partir daí o asilo Doce Lar ficou sob a responsabilidade da prefeitura de Porto Seguro, pelo prazo de seis meses, podendo ser estendido. “Ainda cabe recurso à decisão” afirma a juíza no despacho.
‘É de suma importância ressaltar que nunca recebemos ajuda de nenhum órgão público, nem tão pouco, de fora do Brasil. Eram justamente alguns empresários, entidades e a população de Porto Seguro que sempre abraçou essa causa”, diz Elane na carta.
“Pois só com os benefícios dos idosos não dava para pagar mais de 15 funcionários, todos com carteira assinada; fazer manutenção da casa/sítio; fraldas, roupas, medicamentos, exames, seis refeições diárias, alimentos adequados à nutrição, como leite, proteínas, frutas, lazer, recreação, comemorações e tantas outras coisas que eram proporcionadas aos idosos”, continua.

No comunicado, Elane pontua a rotina e os serviços prestados pela entidade, afirmando o desejo do casal em retornar à administração da instituição, dando continuidade aos cuidados com os idosos. “Suplicamos que a Juíza atenda nosso requerimento de ter o prédio e os bens novamente em poder da Associação, pois, se a diretoria não pode retornar, que os idosos sejam encaminhados para seus devidos familiares para darmos andamento ao fechamento da instituição e encerramento do CNPJ. Enquanto esse pesadelo não termina, continuamos acreditando no trabalho do Ministério Público e no julgamento e saber jurídico da juíza que preside a Vara da Fazenda Pública”.
Na época do afastamento, a leitora do Jornal do Sol Beth Matsui se manifestou a favor dos ex-dirigentes, afirmando que como colaboradora voluntária da instituição, “nunca presenciei situação de maus tratos e nenhum idoso ou funcionário relatou-me tais ocorrências”.
E acrescentou que após inspeção da Vigilância Sanitária em maio/22, participou de ações no sentido de sanar falhas apontadas no relatório, como aquisição de 60 colchões hospitalares e de 12 palets plásticos, construção de nova fossa e de rampas e a substituição dos sofás por cadeiras plásticas. “Acredito na Justiça e sei que ela fará o melhor na defesa dos idosos", finalizou Beth.
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