Esse foi o alerta feito pelo juiz da Vara Crime de Porto Seguro, André Strogenski, ao encerrar mais um júri popular, quando o réu Alessandro Santos de Jesus foi julgado por roubo de um aparelho celular, ocorrido em abril de 2018, seguido de homicídio e tentativa de homicídio contra outras duas vítimas. Em suas alegações, a defesa requereu a absolvição sumária do réu pela acusação de homicídio, pelo reconhecimento da tese de legítima defesa, “em situação e razão diversa ao delito de roubo”, reconhecendo a “primariedade, bons antecedentes e atenuante da confissão espontânea”.
A tese foi acompanhada também pela maioria dos jurados e traduzida pela sentença do juiz, com a condenação do o réu pela prática de roubo e absolvição pelo crime de homicídio. Como presidente do Tribunal do Júri da Comarca de Porto Seguro, Strogenski encerrou o julgamento com palavras de reconhecimento e valorização a todos que trabalham diariamente na difícil missão de ajudar a decidir o destino das pessoas e dar respostas à sociedade.
Ele agradeceu a atuação do promotor João Paulo de Carvalho da Costa, “que hoje colocou um tema importante que é a diferença entre fazer justiça e fazer justiçamento” - que significa castigar, punir, condenar. Para o juiz, foi um debate bastante oportuno, “a partir de uma tese tão refinada, como a que foi colocada pelo Ministério Público, como fiscal da lei, com a condenação na exata medida da responsabilidade do denunciado”. André Strogenski fez questão de salientar que “justiça não é descontar em uma só pessoa todas as injustiças que vemos na televisão. Devemos julgar os fatos e não as pessoas”, enfatizou.
O presidente do Tribunal agradeceu também a atuação do defensor público, Guilherme Zuanazzi, que foi brilhante e convivente em sua tese. “Tenho sempre a preocupação de zelar para que as partes se manifestem de forma igual. Além do conhecimento jurídico, é importante dar a oportunidade para receber os motivos e ponderações, abrir espaço ao debate para termos uma sentença justa, com respeito pela defesa, pela acusação e também pelo réu. É sempre esse o meu desejo”, resumiu o magistrado.
Strogenski agradeceu também os jurados “pelo serviço voluntário fundamental para auxiliar o juiz no processo de dar uma resposta à sociedade”. E também aos policiais, que cumpriram um papel fundamental, e a todos os servidores da Vara Crime. Por fim, deu um recado ao réu. “Tenho a esperança que você, que já sabe como é a vida de um custodiado, aproveite essa oportunidade, trabalhe, se integre, aprenda com o erro e cresça”.
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