Eles estão por toda parte. Nas praças, portas de supermercados, lojas, bancos, farmácias e hotéis; nas feiras, debaixo de marquises, nos estacionamentos, perambulando pelas ruas. Em alguns pontos da cidade já existem aglomerações dessas pessoas em situação de rua, com seus colchões, roupas, objetos pessoais e até barracas, em locais que ofereçam algum tipo de abrigo. Não faltam relatos de invasões e furtos no comércio local.
Muitos já são conhecidos da população, de tanto circularem pelos mesmos locais. Seja de maneira indiferente, muitas vezes aérea e até agressiva, a maioria desses homens e mulheres - que muitas vezes estão acompanhados de crianças – aborda as pessoas pedindo dinheiro. Outros invocam comida, vendem doces ou se oferecem para tomar conta de veículos, mesmo que visivelmente desconectados da realidade.
As discussões sobre o tema são acaloradas nos diversos grupos das redes sociais da cidade. “A maioria dessas pessoas não é de criminosas, mas que muitas vezes praticam o crime para sustentar o vício”, argumenta uma moradora, em um desses grupos. De acordo com o comandante do 8º BPM, tenente coronel Alexandre Costa de Souza, quando cometem crimes, a PM age da mesma forma. “Comprovado o cometimento do delito e na sua flagrância, será preso e conduzido à DP local para a adoção das medidas legais cabíveis”, informa.
“Sabemos que a questão dos usuários de drogas, antes de ser da segurança pública, é uma questão social e de saúde pública. Assim, seria interessante um cadastramento dessas pessoas, o oferecimento de um local para acolhimento e até tratamento. Local para um banho, alimentação digna, dormida, pois são seres humanos que não merecem ficar abandonados desse jeito. Sei que nossa legislação precisa ser adequada a essa nova realidade, pois muitos que ficam perambulando pelas ruas de Porto Seguro e de outros centros urbanos, já não têm condições de discernir sobre a própria vida”, constata o comandante.
Não faltam sugestões para enfrentar essa difícil batalha, que para muitos é também uma ameaça à vocação turística do destino. Como investimentos em centros de acolhimento e recuperação, criação de um Conselho Municipal de Segurança Pública, união das empresas direcionando recursos para a segurança privada... E até a volta do estacionamento rotativo pago, como forma de inibir a ação dos flanelinhas.
Em um ponto há concordância: é fundamental a união de todos os segmentos - prefeitura, Conselho Tutelar, Ministério Público e entidades comunitárias para enfrentar esse enorme e grave desafio.
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