Oca Tururim é reduto do segundo dia do Festival Caju de Leitores

O segundo dia do Festival Caju de Leitores, nesta quinta-feira, dia 22, surpreendeu o público presente. Mais de uma centena de pessoas se reuniram na Oca Tururim, entre estudantes das escolas indígenas do Xandó, Barra Velha, Escola Coqueiral, Escola Municipal de Caraíva e Escola Alegria do Saber. O espaço faz homenagem a Tururim, pajé e líder Pataxó, sobrevivente do massacre de 1951 e falecido em janeiro de 2018.
No período da manhã foi realizado o cerimonial Pataxó com oração e Awê - uma forma de saudar os visitantes e festejar a vida. Seguindo a programação foi realizada atividade "Ancião Conta Histórias" com os pataxós Sabará, Ouriço e Graciete numa roda de conversa com Sairi, anfitrião do Festival sobre contos e causos; na sequência episódios da produção audiovisual "Projeto Memórias" e contação de histórias com Lucia Tucuju.
Na escola Indígena Xandó, local anexo à Oca foi realizada a Oficina Escrita, com Cristino Wapichana, na parte da manhã e à tarde e que segue até o dia 23.

Tarde

Além da Oca Tururim e da Escola Indígena Xandó, a escola Alegria do Saber, em Nova Caraíva recebeu o Festival de Cinema de Trancoso, uma iniciativa parceira do Caju, com 'Pluft, o Fantasminha', de Rosane Svartman em duas sessões e ainda uma Oficina de Cinema.
Na Oca Tururim as atividades da tarde contaram com a apresentação de Auritha Tabajara, cordelista de literatura indígena. A autora contou um pouco da sua história e da sua trajetória no cordelismo.
Em seguida, Adailda da Rede Oxe intermediou uma mesa redonda com as escritoras Lucia Tucuju, Trudrua (Julie) Dorrico, Auritha Tabajara e Aline Kayapó.
O final da tarde foi brindado com a exibição de 'Patxohã - A Língua dos Guerreiros' como programação do Cineclube Caraíva, seguido de uma roda de conversa.

Incentivo

A professora Maria Tatiana Silva Oliveira, da Escola Indígena de Barra Velha, explicou que vieram 3 ônibus e 2 vans trazendo os alunos da parte da manhã. "Foi muito interessante para os estudantes. Nós temos incentivado os alunos a participar de eventos de conhecimento tradicional e de científico, para o conhecimento do povo ancestral e a ancestralidade e este Festival vem trazer este conhecimento", declarou.
Cristiane Borges Braz, professora da Escola Coqueiral veio para o Festival na Oca Tururim, com 17 alunos e se emocionou com o encontro, já que também tem parente indígena. "Estou gostando muito, há algum tempo que não participo de um momento como esse, foi maravilhoso. Foi um momento de me reencontrar e de conexão muito forte e trazer as crianças para viver esta experiência foi muito especial. As crianças se divertiram com a contação e se envolveram, inclusive uma delas até contou um história", comentou.


Débora do Carmo

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