Organizado pela UFSB em parceria com o Festival Caju de Leitores, a 1ª Jornada de Literatura Indígena reuniu cerca de 60 professores da Educação Básica e alunos do Ensino Superior. Na programação, palestras, atividades lúdicas e rodas de conversa. O encontro aconteceu no sábado, 31/08, no Centro de Cultura.
Sob coordenação de Gabriela Rodella, a formação objetivou capacitar os professores da Educação Básica com informações e conhecimento para atender à Lei 11.645/2008. A Lei tornou obrigatório o ensino da história e cultura indígena e afro-brasileira nas escolas de ensino fundamental e médio
“Estamos muito felizes com a realização da Jornada de Literaturas Indígenas da UFSB, porque temos a certeza de que ela foi um espaço de encontro, de trocas, de interação e, sobretudo, de encantamento. O desejo de propor oficinas de formação para o ensino das literaturas indígenas nas escolas existe há mais de três anos no curso de Licenciatura Interdisciplinar em Linguagens aqui em Porto Seguro. Para isso, o apoio do Festival Caju foi fundamental”, acrescentou a gestora.
Oficinas
Pela manhã, a formação recebeu a Curadora, Pesquisadora e Professora da UFSB, Adriana Pesca, pataxó, para a oficina “Quem Não Pode com a Formiga, Não Assanha o Formigueiro”. A professora, que esteve no Caju Leitores de 2023, compartilhou sua experiência de atuação em escolas indígenas da rede municipal e estadual, e atualmente como docente na UFSB. Ela destacou que essa formação é resultado do Caju de Leitores e de um esforço contínuo para integrar a Literatura indígena no currículo escolar e na prática da leitura.
“Esse processo formativo para professores é algo que tenho tentado fomentar e entendo que ainda existem lacunas, como a produção autoral, a visibilidade das imagens indígenas e das vozes. Acredito que esta formação dá o pontapé para as próximas jornadas que precisam acontecer e abre caminhos para que outros escritores, de outras etnias, possam ser ouvidos, como forma de somar forças e dá visibilidade a essas escritas e aos novos contadores, que ainda são pouco anônimos”, disse.
À tarde, a palestrante Lúcia Morais Tucuju, kamarumã no Amapá, apresentou a palestra "Dialogando com a Literatura Indígena". Com sua experiência como atriz, professora, contadora de histórias e especialista em Literatura Infantil e Juvenil, Lúcia compartilhou um pouco de sua jornada na formação e revelou suas expectativas para o Caju 2024, onde será uma das convidadas.
“Foi incrível participar dessa primeira formação. Fui super bem acolhida com um público receptivo, com a troca de aprendizados e estou muito feliz. Minha expectativa é ver muita gente, e animada para conhecer e reencontrar os parentes. Convido a todos para que venham escutar minhas histórias e curtir a 3ª Edição do Caju”, salienta.
Na roda de conversa, o público pode questionar as autoras sobre diversos assuntos ligados à literatura e ouvir um pouco de suas experiências com escritoras, mulheres e indígenas.
Festival Caju de Leitores
O Festival Caju de Leitores é um encontro anual de literatura e cultura indígena, na Oca Tururim, na Aldeia Xandó, Terra Indígena da Barra Velha. Esse ano começa acontece dias 03 e 04/09.
Rodas de conversas, contação de histórias, danças, músicas, Awê Pataxó e atividades lúdicas, são algumas das atividades realizadas nos dois dias de evento.
Aline Kayapó e Tucunã Pataxó vão ser os destaques da primeira manhã de atividades no Caju de Leitores. Através da dança e dos grafismos, os artistas irão compartilhar suas histórias e tradições, proporcionando uma vivência única para o público presente. Além disso, o Centro Cultural Xandó irá promover um momento de grande tradição e espiritualidade através da Oração e Awê Pataxó.
Fonte e fotos: Débora do Carmo
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