Queciane Silva Souza, não é portossegurense, mas tem um pedacinho do coração na Terra-Mãe. Bailarina de nome artístico Quecy Baldoíno, passou uma década no município trazendo a arte e lecionando e inserindo crianças no mundo da dança. Uma delas foi a filha Maitê Baldoíno, que seguindo os passos da mãe, mas também trilhando o próprio caminho e sonhos, foi chamada a fazer parte do curso de formação do Theatro Municipal de São Paulo. A família mudou-se para a capital paulista e agora, Quecy também realiza um grande feito: participar do elenco da Ópera Aída.
E entre os 40 bailarinos escolhidos, a baiana está lá. Na segunda-feira, dia 25, o palco se abriu para o início da montagem do espetáculo, que em 2020 foi suspenso por conta da pandemia, e que estreia em 3 de junho e segue até 11 do mesmo mês. Com 15 anos de carreira, Quecy já participou de muitos projetos e inclusive teve sua escola de dança, que funcionava dentro do Centro de Cultura, em Porto Seguro, por 8 anos, o que lhes rendeu ida a festivais e competições, troféus e medalhas.
Formação
Formada pela Royal Academy of Dance, em Balé Clássico e pela Funceb Salvador , nas demais artes da dança, entre outros cursos nacionais e internacionais, a bailarina sempre levou a arte e buscou conhecimento para si e para os alunos. “Morando aí em Porto Seguro sempre viajava muito para São Paulo para manter a minha formação, tratar e alimentar a arte dentro de mim para poder transbordar na cidade, e oferecer o que eu podia de melhor no quesito arte para as crianças que estudavam na minha escola. Era minha forma de contribuir com a arte”, revelou.
Quecy fala da oportunidade e dos sonhos que se abriram em São Paulo, tanto para ela, quanto para a filha. “Estudar em um curso de formação no Theatro Municipal de São Paulo, lecionar arte é uma oportunidade que morando em Porto Seguro seria mais difícil. Nosso coração vive aí, mas estar no palco de grandes companhias e vivendo a dança, é uma forma de inspirar outros bailarinos, outras crianças que tenham os mesmos sonhos. A Cultura na Bahia, como um todo, é pouco valorizada e existem poucos investimentos na área. O nosso objetivo é mostrar que somos capazes e que as dificuldades não podem e não devem nos parar”, frisou.
Aída
A Ópera Aída foi composta em quatro atos pelo compositor italiano Giuseppe Verdi, para ser apresentada nas celebrações de inauguração do canal de Suez, em 1869. No entanto, devido à chegada tardia dos costumes e decorações projetados em Paris para o show, ela não foi realizada. Em seu lugar foi apresentada a a Ópera Rigoletto, performada por um grupo italiano.
O enredo de Aída relata a história de amor entre a princesa etíope, Aída, e o comandante do exército egípcio, Radamés, mostrando o conflito entre amor e o dever. A personagem Aída foi criada como escrava pela filha do rei egípcio, que também era apaixonada Radamés. Na tentativa de resgatar Aída, o seu pai juntamente com os inimigos etíopes do Egito, invadem o Egito. Infelizmente, o pai também foi preso pelo exército egípcio. Mas, para sua boa sorte, ele encontrou sua filha na prisão.
O faraó egípcio condenou Radamés para ser enterrado vivo depois de saber que ele estava tentando fugir com Aída para a Etiópia. O verdadeiro amor de Aída por Radamés levou-a a esperá-lo no túmulo, querendo sacrificar a sua vida, a fim de morrer junto com seu amado.
Através das diferentes cenas de dever e amor, Verdi explora como os destinos são moldados, mostra os defeitos humanos, destinos indesejados, paixão, deveres e má sorte.
Na obra, que tem direção de Bia Lessa, Quecy terá três personagens: escrava, sacerdotisa e soldado.
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